Dados do IBGE

Produção industrial cai 0,9% em maio, com influência do Sul

As duas maiores influências negativas para o resultado geral foram exercidas pelos setores de veículos automotores, reboques e carrocerias e de produtos alimentícios, ambos afetados pelas chuvas no RS

Produção Industrial
Produção Industrial / Agência Brasil

A produção industrial no Brasil registrou uma queda de 0,9% em maio, acumulando dois meses consecutivos de retração, após um recuo de 0,5% em abril. Esses dados foram divulgados nesta quarta-feira (3) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) através da Pesquisa Industrial Mensal (PIM).

Como resultado, o setor perdeu o ganho de 1,1% acumulado entre fevereiro e março deste ano.

Desempenho da produção industrial

Os dados de maio fizeram com que a indústria operasse 1,4% abaixo do nível pré-pandemia, registrado em fevereiro de 2020, e 17,8% abaixo do ponto mais alto da série, alcançado em maio de 2011, conforme informou o IBGE.

Das 25 atividades analisadas na pesquisa, 16 apresentaram queda em maio. As principais influências negativas no desempenho geral da indústria foram observadas nos setores de veículos automotores, reboques e carrocerias (-11,7%) e produtos alimentícios (-4,0%).

Enchentes do RS

O economista da Highpar, Maykon Douglas, destaca que este é o primeiro indicador mensal que começa a mostrar como as enchentes no RS afetarão nossa economia. “E isto fica nítido aqui ao olharmos os dois segmentos que mais caíram na margem: automóveis (-11,7%) e produtos alimentícios (-4,0%), influenciados por algumas paralisações de produção e pela logística comprometida”, destaca.

“Por conta dessa queda nos automóveis, os bens de consumo duráveis caíram 5,7% e foram o principal detrator de resultado, dentre as grandes categorias econômicas”, complementa o economista.

Ele detalhou que, levando em conta os outros riscos negativos além dos impactos das enchentes, “reiteramos que a recente deterioração nas taxas futuras pode atrapalhar um pouco a recuperação do crédito para as empresas, cujas concessões não cresceram tanto quanto o crédito às famílias nos últimos meses”.