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Fundos imobiliários: projeção de juros favorece setor em 2024

Especialistas acreditam na valorização dos FII com as estimativas de baixa da Selic

Os fundos imobiliários terão um fator de favorecimento para 2024: a continuidade da queda dos juros. Especialistas, ouvidos pelo Valor Investe, veem espaço para a valorização desse tipo de investimento, sobretudo para quem investe em imóveis reais, o chamado setor “tijolo”, mesmo com a alta de 15,5% do IFIX.

A relação de proporção inversa entre os juros e os fundos imobiliários gera uma estimativa maior aos cortes na Selic (taxa básica de juros). 

Para maiores explicações, quando os juros estão elevados, a tendência é que o preço da cota dos FII sofram uma desvalorização. Ao contrário, as cotas são mais valorizadas quando os juros estão baixos, pois a rentabilidade dos fundos pode aumentar.

Segundo o último Boletim Focus, divulgado na segunda-feira (8), a previsão é de que a Selic fique abaixo de 10% nos próximos três anos. As apostas para 2024 são de um patamar a 9%, enquanto que em 2025 e 2026 a estimativa é de 8,50%.

Nicole Vieira, sócia da Polo Capital, afirma essa projeção de juros próximo a 10% no próximo ano, e acredita que pode ser ainda menor, dependendo da trajetória da inflação. 

“Assim, se o comportamento histórico do IFIX prevalecer, os fundos imobiliários tendem a subir ainda mais, então tem bastante oportunidade pela frente”, disse ela. 

Projeções e opções para os fundos imobiliários

Para os fundos imobiliários de tijolo tem uma relação benéfica entre juros baixos e ciclo imobiliário. Considerando as perspectivas de cortes para a Selic, os imóveis dentro dos fundos podem ser valorizados, isso porque o setor se expande com mais dificuldade quando as taxas de juros estão altas, pois o crédito fica mais caro e menos acessível para desenvolver os empreendimentos. 

Os fundos de shoppings, galpões logísticos e de desenvolvimento imobiliário estão entre as apostas de Nicole. 

“Uma queda de juros reduz a taxa de desconto usada para avaliar o valor presente de um investimento imobiliário. E isso reflete no valor do ativo dentro do fundo, uma vez que, com uma taxa de desconto menor, o valor presente do imóvel aumenta”, explica.

Outro especialista em fundos imobiliários, Marcos Baroni, da Suno Research, vê no varejo geral, como os shoppings e a renda urbana, as oportunidades para investir no setor. 

“Esses fundos ficaram ‘amassados’ por muito tempo porque tinha muita oferta, mas agora existe uma demanda grande por logística que tem levado ao aumento dos preços dos aluguéis”, avaliou.

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