Analistas do mercado financeiro, ouvidos pelo jornal valor Econômico, projetam que o Ibovespa pode alcançar 142 mil pontos até o final de 2025, o que representaria uma valorização de 18% ao longo do ano.
As expectativas estão baseadas em fatores como o arrefecimento da inflação global, possível redução das taxas de juros no Brasil e em outras economias, além de um ambiente mais favorável para investimentos em renda variável.
De acordo com especialistas, o mercado brasileiro tem mostrado sinais de resiliência, mesmo diante de incertezas fiscais e políticas. A combinação de uma recuperação econômica moderada com estímulos adicionais em setores estratégicos pode impulsionar os resultados de empresas listadas na Bolsa, particularmente nas áreas de commodities, bancos e consumo interno.
A queda esperada na Selic, que atualmente está em 9%, é vista como um catalisador essencial para a retomada do mercado acionário. Juros mais baixos tendem a favorecer a alocação de recursos em ações, ao invés de instrumentos de renda fixa, tornando o Ibovespa mais atrativo.
Nem de todo otimismo
Entretanto, o cenário não está isento de riscos. A sustentabilidade das contas públicas, a volatilidade dos preços das commodities e as decisões de política monetária nos Estados Unidos podem impactar a trajetória esperada. Além disso, a continuidade de reformas estruturais no Brasil será fundamental para consolidar a confiança dos investidores.
Setores como energia e mineração, impulsionados por uma potencial recuperação da demanda global, estão entre os mais promissores. No entanto, analistas destacam a importância de diversificação e cautela, dada a possibilidade de oscilações durante o ano.
Mesmo com os desafios, a perspectiva de alta reflete o otimismo em torno de um ambiente econômico global mais estável e de uma maior atratividade do Brasil no cenário internacional, posicionando o Ibovespa como um ponto de interesse para investidores em 2025.
Ibovespa desvaloriza e completa 4 semanas de perdas; dólar sobe
O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão desta sexta-feira (3) com baixa de 1,33%, aos 118.532,68 pontos. O dólar comercial subiu 0,30%, a R$ 6,18.
Finalizando a quarta semana consecutiva com perdas, o Ibovespa recuou a um patamar não visto há mais de 1 ano, desde a sessão do dia 6 de novembro de 2023. Além da baixa liquidez, a forte queda da Vale (VALE3), da Petrobras (PETR4) e dos bancos, junto com a cautela dos investidores, causaram o declínio do índice.
O Gráfico DXY, índice do dólar nos EUA, fechou com baixa de 0,39%, aos US$ 108,97.
Enquanto as perspectivas para o mercado acionário brasileiro deterioram mais a cada pregão, os investidores tendem a não tomar riscos muito altos, seguindo a visão de especialistas do setor.
As ações da Bolsa brasileira, inclusive, foram rebaixadas de neutro para venda pelo banco HSCB, cuja equipe analisou que o mercado brasileiro é um caso clássico de value trap (ou armadilha de valor). Isso significa que a Bolsa brasileira parece estar com desconto, mas, na verdade, só está desvalorizado porque é um mau negócio.