O Ibovespa encerrou em forte alta nesta quinta-feira (17), puxado pela bom desempenho de ações ligadas a commodities, como a Vale (VALE3), que disparou 5,35%. Os investidores ainda digerem as decisões recentes sobre política monetária no Brasil e nos EUA, além de acompanharem as negociações entre Rússia e Ucrânia em mais um dia sem acordos.
Em relação a Vale, os ganhos foram intensificados diante do salto no preço do minério de ferro no mercado internacional, depois que a China anunciou medidas de estímulo ao setor de construção do país. A notícia também contribuiu com a valorização de outras mineradoras e siderúrgicas.
Já a Petrobras (PETR3; PETR4) seguiu na contramão e encerrou em queda de 2,66%, apesar do petróleo ter voltado a subir com impasses entre Rússia e Ucrânia e o aumento de tom nos discursos das autoridades globais.
O petróleo Brent fechou com avanço de 8,79% a US$ 106,64 o barril, enquanto o WTI encerrou a US$ 102,98, com valorização de 8,35%.
A estatal não conseguiu se beneficiar da alta pois vem sofrendo com as pressões políticas para que a petrolífera reduza os preços dos combustíveis.
Nesse cenário, o dólar encerrou em baixa e próximo das mínimas do dia frente a expressiva entrada de capital estrangeiro na bolsa brasileira.
Em relação a decisões econômicas, o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), revelou ontem (16) que manteve o ciclo de alta e elevou a taxa Selic em um ponto percentual, chegando a 11,75% ao ano.
O Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) divulgou também na véspera (16) o primeiro ciclo de elevação dos juros norte-americanos desde 2018, aumentando a taxa entre 0,25% e 0,50% ao ano.
No radar interno, o Ibovespa foi alavancado principalmente pelos papéis da Petrorio (PRIO3), que subiram 8,16%, seguidos pela CSN (CSNA3) e Magazine Luiza (MGLU3), com ganhos de 7,95% e 7,99%, respectivamente.
Nos Estados Unidos, as ações marcaram o terceiro pregão consecutivo no terreno positivo. O índice Dow Jones fechou em alta de 1,22%, aos 34.479 pontos, o S&P 500 subiu 1,23%, aos 4.411 pontos, e o Nasdaq avançou 1,33%, aos 13.614 pontos.
Bolsa
O Ibovespa fechou em alta de 1,77%, aos 113.076 pontos, com volume financeiro de R$ 36,1 bilhões.
Dólar
A moeda recuou 1,16%, a R$ 5,034.
Ibovespa pela tarde
Às 15h33 (horário de Brasília), o benchmark disparava 1,60%, aos 112.887 pontos. O movimento continua sendo puxado pela alta das commodities, enquanto investidores ainda repercutem as decisões de política monetária recentes. O dólar comercial tinha forte queda de 1,14%, a R$ 5,03.
Índice ao meio-dia
Às 12h06 (horário de Brasília), o Ibovespa avançava 0,50%, aos 111.669 pontos. O índice apresenta ganhos por conta de ações ligadas à commodities, à medida que investidores seguem com suas atenções divididas entre as decisões sobre os juros no Brasil e nos EUA e os conflitos na Ucrânia. O dólar comercial recuava 0,09%, a R$ 5,08.
No radar, o Ministério da Economia reduziu sua projeção para o PIB brasileiro de 2022. Já o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), que é considerado a prévia do PIB, caiu 0,99% em janeiro, na comparação anual.
Em relação às empresas, o salto do lucro do 4º trimestre de 2021 da Unipar se destacou, a companhia lucrou R$ 2 bilhões. Enquanto a Novonor (ex-Odebrecht) volta a buscar meios para se desfazer da Braskem.
Entre os maiores ganhos do Ibovespa estão a PetroRio ON (PRIO3), com alta de 1,66%; 3R Petroleum ON (RRRP3), salto de 1,96%; e CSN ON (CSNA3), elevação de 1,41%. Já entre as maiores perdas estão a Azul PN (AZUL4), queda de 1,05%; Yduqs ON (YDUQ3), recuo de 0,74%; e Qualicorp ON (QUAL3), retração de 0,62%.
O Índice de Fundo de Investimentos Imobiliários (IFIX), da B3 (Bolsa de Valores brasileira), avançava às 12h16, com variação de 0,023%, aos 2.710 pontos.
Como foi a abertura da Bolsa?
Ibovespa abre em alta de 0,71%, aos 111.900 pontos nesta quinta-feira (17), com mercado repercutindo comunicados sobre a alta de juros no Brasil e nos EUA. Além disso, o índice é puxado por companhias de petróleo, siderúrgicas e mineradoras, com alta dos preços das commodities. Já o dólar às 10h04, operava volátil subindo 0,04%, a R$ 5,0945.
Na última quarta, o Copom elevou a Selic a 11,75% ao ano, como já esperado, e já antecipou a alta de 1 ponto percentual em maio. Já o Fed aumentou os juros em 0,25 ponto percentual e indicou mais seis altas até o final do ano.
Pré-abertura
No Brasil, o destaque desta quinta-feira (17) vai para o IBC-Br de janeiro, que alguns costumam chamar de “prévia do PIB”, do Banco Central, que sai às 9h (horário de Brasília).
Ainda nesta quinta repercute a Selic em 1,0 ponto percentual elevada pelo BC na última quarta, a 11,75%.
Na política, a atenção vai para os anúncios do governo. A Secretaria de Política Econômica do Ministério da Economia marcou para às 9h30 (horário de Brasília) a divulgação de novos parâmetros macroeconômicos, seguida de coletiva. De acordo com fontes ouvidas pela Reuters, a previsão oficial para o crescimento econômico deste ano deve cair para cerca de 1,5%, ante 2,1%.
No exterior os mercados asiáticos fecharam em alta nesta quinta-feira (17), com o índice Hang Seng de Hong Kong liderando os ganhos entre os principais mercados da região.
O Fed também elevou significativamente suas projeções para aumentos de taxas e inflação em 2022.
Também no radar, está a guerra na Ucrânia. Na quarta-feira, notícias de progresso nas negociações de cessar-fogo ajudaram na valorização das ações. Hoje, o Kremlin disse que as negociações com a Ucrânia continuam, ainda sem acordo.