
O índice dos FIIs (fundos de investimentos imobiliários), IFIX, voltou a ter forte alta após cinco meses consecutivos de queda. Apesar da influência dos juros elevados e incertezas sobre a tributação, o índice registrou alta de 3,34% em fevereiro. Com isso, especialistas veem sinais de uma possível recuperação do setor, mesmo diante das dúvidas sobre sua sustentabilidade.
Conforme indicado pelos analistas CNPI-P do BB Investimentos – André Oliveira e Victor Penna – apesar da alta no índice dos FIIs, o cenário macro continua nebuloso no Brasil, com indicadores sinalizando que a atividade econômica pode estar perdendo fôlego.
“Nesse contexto, ainda que o mês passado tenha sido de alívio para o Ifix, seguimos com nossa visão de cautela e seletividade, com recomendação de alocação naqueles FIIs com grande diversificação, bons contratos, alavancagem controlada e bom histórico de gestão”, disseram.
A avaliação das outras casas de investimentos tem um viés semelhante, segundo o site “InfoMoney”, que compilou as recomendações de FIIs de algumas das principais corretoras locais.
Para composição da lista foram considerados apenas os fundos com pelo menos três menções.
Confira a lista de FIIs recomendados para março de 2025:
FIIs | Número de recomendações | Variação em 30 dias |
BTLG11 | 6 | 1,90% |
RBRR11 | 5 | 4,61% |
KNCR11 | 5 | 1,26% |
TRXF11 | 4 | 3,05% |
BRCO11 | 5 | 6,73% |
KNIP11 | 3 | 2,73% |
CPTS11 | 3 | 5,12% |
KNSC11 | 3 | 5,80% |
XPML11 | 3 | -1,70% |
Índice dos FIIs, o IFIX, tem maior alta mensal desde 2023
O índice de referência dos FIIs (fundos de investimentos imobiliários), IFIX, registrou a maior alta mensal desde dezembro de 2023 durante o mês de fevereiro deste ano, após engatar sua maior sequência de perdas da história. No saldo do mês, avançou pouco mais de 3%, acima do patamar de 3 mil pontos.
Na sessão de sexta-feira (28), o índice subiu 0,19%, aos 3.121 pontos. No acumulado da semana passada, a variação foi tímida, mas positiva, em 0,46%. No mês, os ganhos foram de 3,34% e o índice dos FIIs conseguiu apagar as perdas em 2025.
Essa classe de ativos tem sofrido na Bolsa desde o ano passado, por conta do quadro macroeconômico com juros mais altos e inflação também alta, que tendem a provocar um movimento de saída dos ativos de risco em direção à renda fixa, conhecida por pagar bons retornos em cenários de Selic elevada.
Além disso, o início deste ano foi marcado por uma discussão sobre o veto do governo à isenção de tributos em cima da receita dos FIIs, o que causou um estresse adicional no mercado dessa classe de fundos de investimento, segundo o “Valor Investe”.
“O resultado de fevereiro reflete o início de uma recuperação de tudo o que aconteceu com os fundos imobiliários nos últimos meses, período em que a indústria sofreu muito, principalmente na janela entre agosto e a metade de dezembro, quando o Ifix chegou a cair 15%”, avaliou Marco Noernberg, chefe de renda variável da Manchester Investimentos.
Os FIIs de shopping têm, no momento, o maior retorno de dividendos entre os setores mais tradicionais da classe, a 15,72%, em média, segundo o veículo.