Conforme análise feita pela Genial Investimentos, a Brava (BRAV3) é a empresa mais exposta a eventuais quedas no preço do petróleo. A visão da corretora é que a empresa tem o maior lifting cost (custo de extração) da indústria e maior endividamento relativo.
No caso da Brava o custo de extração chega a US$ 17,5 o barril do petróleo, enquanto esse custo é de US$ 14,5 na PetroReconcavo (RECV3). Já para a Prio é de US$ 11,1 na Prio (PRIO3) e US$ 6,3 na Petrobras (PETR4), segundo a corretora em relatório assinado por Vitor Sousa e Ricardo Bello.
Por conta da menor demanda global, que reflete a guerra tarifária, o petróleo tem recuado nas últimas sessões. Nesta terça-feira (8), os contratos futuros do Brent fecharam em queda de 2,16%, a US$ 62,82.
Além disso, a avaliação da Genial também indica que os fundamentos de Petrobras, PetroReconcavo e Prio continuam robustos, o que deve bastar para que as recentes quedas no mercado não alterem substancialmente a tese de investimento dessas companhias.
Porém, os analistas da corretora também acreditam que o novo cenário pode provocar uma compressão no fluxo de caixa, tornando-o menos generoso.
Por fim, A Genial também observou que, mesmo que os dividendos ordinários da Petrobras estejam relativamente protegidos, os proventos extraordinários podem enfrentar maior pressão nos próximos 12 meses.
Petróleo cai pelo 4º pregão seguido com temor de recessão nos EUA
Os contratos futuros de petróleo registraram seu quarto pregão consecutivo de queda, à medida que a guerra comercial entre os EUA e a China avança. Esse é o movimento de baixa mais amplo desde 2 de abril, conhecido como “Liberation Day” — quando Donald Trump anunciou as tarifas recíprocas —, e aponta que o mercado tem precificado probabilidades maiores de recessão. As afirmações são dos estrategistas de commodities do ING, Warren Paterson e Ewa Manthey.
No fechamento, o petróleo tipo Brent para junho caiu 2,16%, a US$ 62,82 por barril, na ICE. Já o WTI para maio recuou 1,85%, a US$ 59,58 por barril, na Nymex.
Os contratos da commodity ensaiaram um movimento de alta pela manhã, mas a escalada das tensões comerciais — envolvendo novas movimentações de Trump e a retaliação chinesa nesta terça-feira (8) — pressionou os preços do petróleo.
“A desaceleração na atividade de perfuração dos EUA pode oferecer algum suporte suave para o mercado. Esperamos que os preços atuais do WTI levem a uma retração na perfuração. Isso acabará se refletindo em um crescimento mais lento da oferta e, potencialmente, até mesmo em um declínio na produção de petróleo dos EUA”, disseram os estrategistas, de acordo com o Valor.