Quer investir em Fiagro? Saiba como escolher

Expertise da gestora e diversificação de portfólio são alguns pontos chave na hora de escolher um Fiagro

Expertise da gestora, rentabilidade e diversificação de portfólio são alguns dos pontos essenciais para escolher com propriedade em qual Fiagro, fundos de investimentos de agronegócio, investir, segundo Bruno Santana, fundador e CEO da Kijani Investimentos. O setor, que representa 27% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, vem crescendo de forma acelerada no mercado de fundos e recebendo a devida atenção dos investidores. 

“O Fiagro tem todas as características e regras de um fundo imobiliário (FII), porque a lei que rege os dois fundos é a mesma, a única particularidade é que ele tem o lastro no agronegócio”, explicou Vitor Matias, assessor de investimentos da SVN.

Cerca de trinta Fiagros vieram ao mercado em menos de um ano. A expectativa é que o volume de recursos alocados nos fundos da categoria, que hoje gira em torno de R$ 5,6 bilhões, dobre até o final de 2022. 

Até então, no Brasil, existem três tipos de Fiagros. Os primeiros, chamados FIAgro-FIDC, são voltados para a agroindústria que aplica em direitos creditórios. Os FIAgro-FIP são fundos de investimento em participações em sociedade. Por último, os FIAgro-FII são voltados para ativos imobiliários e títulos.

Para Vitor, não existe momento certo ou errado para investir em Fiagro. O importante, segundo ele, é entender o lastro, os riscos, a gestão e as características. Então, com o setor avançando, como escolher em qual Fiagro investir?

Para Santana, fundador da gestora dedicada e especializada no agronegócio, alguns pontos, como a rentabilidade do fundo e a diversificação da carteira são essenciais para se analisar quando for investir neste tipo de ativo.

Expertise e tese da gestão de um Fiagro são importantes na hora de investir

Entender o conhecimento do time de gestão do fundo, segundo Santana, é um dos pontos mais importantes para a decisão de um investimento. “Quanto maior a expertise sobre o setor do agronegócio, maior é a capacidade de originar e escolher bons ativos para a carteira”, apontou o analista.

Para ele, dois grupos se destacam: as grandes gestoras tradicionais e as gestoras que nasceram já especializadas no agronegócio. “Aí entram as gestões com fundadores do setor ou empresas que já eram do agro e se voltaram para a gestão desses recursos. Mas é importante, também, levar em conta a tese dessas gestoras, sejam especializadas ou não”, explicou. 

Segundo Santana, esse é o conjunto de ideias que dão norte para tomada de decisão de uma gestora. “Através desse conjunto de análises, o gestor irá se guiar para fundamentar quais ativos entram ou saem da carteira de um fundo”.

Qual o perfil e a concentração dos devedores de um Fiagro?

Para Santana, a concentração geográfica e setorial é importante de se analisar antes de investir. Mas para além disso, é essencial entender como cada gestora lida com a concentração de devedores. 

“Estar exposto a poucos devedores aumenta o perfil de risco do fundo”, explicou. Isso acontece pois, em caso de inadimplência, o retorno é afetado. 

Além disso, levar em consideração as garantias do fundo, mesmo em portfólios diversificados, também é importante. Para o CEO, as operações com garantias reais costumam ser a melhor opção.

Atenção para a diversificação do portfólio e para rentabilidade

Para Santana, a carteira diversificada é essencial por um motivo: tende a apresentar menor volatilidade e, por consequência, uma melhor relação entre o risco e o retorno. 

Segundo ele, um fundo com um portfólio de investimentos diversificado, em termos de concentração geográfica e exposição setorial, faz toda a diferença.

Isso porque eventos como embargos comerciais, mudanças climáticas, inflação, desafios logísticos e de infraestrutura podem afetar a performance dos ativos investidos. 
 
Ainda, mesmo que dados de rendimento passados não sejam garantia de ganhos no futuro, pesquisar a rentabilidade do Fiagro deve fazer parte do processo de escolha de investimento nesses ativos, segundo Santana. “O histórico de rendimentos pode nos fazer compreender se o fundo está aderente à expectativa de retorno do investidor”, apontou.

Operações proprietárias custam menos ao investidor de Fiagro

O CEO da Kijani Investimentos explicou que operações proprietárias, que são aquelas originadas e executadas pela própria gestora, custam menos ao investidor. “Isso porque a gestora não precisa repassar essas despesas”, disse. 

Através da expertise e da rede de contatos de uma gestora de Fiagro, essas casas especializadas conseguem penetrar em espaços onde o crédito tradicional não consegue, o que aumenta a capacidade da gestora de originar operações de cunho próprio.

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