Mercado

Recuperação judicial: pedidos batem recorde este ano em agosto

O indicador da Serasa Experian apresentou um aumento de 82,4% nos pedidos de recuperação judicial no mês de agosto, para 135

Nos últimos dois anos, as elevadas taxas de juros e os desafios decorrentes da crise macroeconômica, em parte devido à pandemia, trouxeram reflexos relevantes nos números de pedidos de recuperação judicial e falências em agosto. 

Nesse sentido, o indicador da Serasa Experian apresentou um aumento de 82,4% nos pedidos de recuperação judicial no mês de agosto, para 135, em relação ao mesmo mês do ano passado. Vale destacar que o número é o maior deste ano e apresenta um crescimento de 32,4% perante julho.

Para o economista do Serasa Experian, Luiz Rabi, a falta de estabilidade econômica ainda representa um obstáculo para os empresários. No primeiro semestre deste ano, o total de pedidos feitos é de 830, ainda abaixo dos picos de 2019, com 1.417 e da marca histórica de 2016, 1.863. Mas as evidências são de que este ano os pedidos atravessem 1 mil.

Além dos casos de Americanas (AMER3), Light (LIGT3),  Oi (OIBR4) e Grupo Petrópolis, a lista de empresas que recorreram à recuperação judicial passou a contar com os outros nomes recentemente com nomes como Grupo DOK (Ortopé e Dijean) e M.Officer, ao mesmo tempo que, a livraria Saraiva corre o risco de ter sua falência decretada. 

Além disso, uma série de empresas também fazem esforços para evitar a recuperação judicial, como Unigel, Marisa (AMAR3), Tok&Stok, RiHappy ou estão engajadas em processos de profunda reorganização financeira e operacional, como a Via, recém nomeada Grupo Casas Bahia.

Maxmilhas pede recuperação judicial

Maxmilhas, empresa que faz parte do grupo 123 Milhas desde janeiro deste ano, entrou com pedido de recuperação judicial nesta quinta-feira (21), no Tribunal de Justiça de Minas Gerais.

empresa que já fazia parte do grupo que entrou com pedido de recuperação judicial no dia 29 de agosto, não foi integrada no processo. No entanto, vale destacar que a Maxmilhas possui uma operação independente.

“Apenas não compuseram o pedido inicial, pois, naquele momento, por volta do final do mês de agosto de 2023, não se encontravam em grave crise financeira“, diz o pedido de RJ.

Nesse sentido, no documento enviado à Justiça, a Maxmilhas alega gravidade na situação e pede urgência para que consiga honrar com seus compromissos financeiros. Além disso, a companhia alega que foi afetada pela crise enfrentada pela 123 Milhas, por conta das atividades estarem “entrelaçadas”.

Ao justificar o pedido de recuperação judicial, a Maxmilhas diz que, “dada a gravidade da crise que vem sendo enfrentada pelas Requerentes, com diversas determinações de bloqueios, escassez de acesso a crédito e vencimento antecipado de contratos, não lhes restou alternativa que não o protocolo do presente pedido nesta data, sob pena de não conseguirem preservar suas atividades”, explica.

Em nota à imprensa, a Maxmilhas destaca que seus produtos não serão suspensos e que não irá cancelar passagens ou reservas de hospedagens de seus clientes. A companhia reforça ainda que “mantém suas atividades e que segue trabalhando com o compromisso de continuar promovendo novas viagens para os seus clientes”.

Acesse a versão completa
Sair da versão mobile