Que o mês de outubro é reconhecido nacionalmente como o mês oficial das crianças, você provavelmente já sabia. Mas e sobre os investimentos? Contatamos especialistas em planejamento financeiro para auxiliar na criação de uma carteira individualizada pensada no futuro dos pequenos para aqueles que ainda não sabem, mas querem aprender a investir.
Em tempos de taxa Selic a 15% ao ano, a economia fica engessada, limitando o consumo da população e, sobretudo, o crescimento de empresas. Jeff Patzlaff, especialista em investimentos e planejador financeiro, afirmou que investimentos em renda fixa continuam sendo uma “excelente escolha” nesses momentos de baixa expansão econômica.
“Para quem busca segurança e rentabilidade estável, essa taxa alta faz com que aplicações mais conservadoras rendam bem, o que é ótimo para proteger o dinheiro das crianças”, disse.
Investimentos de renda fixa como CDBs (Certificado de Depósito Bancário), LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) e LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio) são bons primeiros passos, sobretudo pela garantia de previsibilidade e proteção pelo FGC (Fundo Garantidor de Créditos) até R$ 250 mil ou Títulos do Tesouro.
Sobre os Tesouros Nacionais, há várias opções para os investidores iniciantes, desde prefixados, pós-fixados e até mesmo ligadas à dados oficiais da inflação nacional, o IPCA (Índices de Preços ao Consumidor Amplo). Para adquirir esses títulos públicos federais é através do site oficial do Tesouro Direto.
Na visão dele, construir uma carteira equilibrada, misturando segurança com rentabilidade a longo prazo é o ideal para quem quer investir. “Para quem está começando, além dos investimentos em renda fixa, como CDBs, LCIs e LCAs, também é interessante incluir uma parte em fundos de investimento, seja multimercados ou ações, principalmente, aqueles que investem em empresas sólidas e com potencial de crescimento”, disse.
Patzlaff ainda indicou os planos de previdência como uma alternativa de investimento, visando o futuro. “Elas permitem aplicar com foco em longo prazo, aproveitando benefícios tributários e facilitando o acompanhamento. Quanto mais tempo o dinheiro tem para render, menor o esforço necessário para alcançar grandes objetivos”, afirmou.
Acerca da nova onda do mercado financeiro que tem atraído os olhos de agentes por todo o Brasil e no exterior, as criptomoedas, Patzlaff disse que os cripto ativos também podem fazer parte da estratégia, mas com muita “cautela” e em pequena proporção.
“Elas ainda são ativos de alto risco, com forte variação de preço e dependência de fatores globais. Para quem pensa no futuro dos filhos, o ideal é usá-las como uma aplicação complementar, e não como base do planejamento”, afirmou.
Com o avanço ao longo dos anos de mais instabilidades geopolíticas globais, estar atento à essas volatilidades é essencial, principalmente para quem pensa no futuro dos pequenos.
Para Douglas Dias Rodrigues, planejador financeiro e MBA em Finanças pela FBNF (Faculdade Brasileira de Negócios e Finanças), “estar diversificado e atento ao cenário local e global é fundamental”, disse. Ele completa afirmando que “vale ainda mais quando estamos falando de objetivos de longo prazo, como o acúmulo de reservas para os filhos. Em momentos de incerteza, quem tem uma carteira equilibrada consegue preservar e fazer o patrimônio crescer com consistência.”
Ainda sobre o contexto global, Douglas afirmou que investimentos no exterior seguem sendo uma pedida “inteligente” para quem mantém olhares para o futuro.
“Sem dúvida. A economia está cada vez mais globalizada e a gente já consome, no dia a dia, produtos e serviços atrelados a outras moedas. Ter parte da reserva exposta a ativos internacionais é uma forma inteligente de proteger o poder de compra no longo prazo”, afirmou.
Na última sexta-feira (10), o Ibovespa fechou com queda de 0,73%, aos 140.680 pontos, puxado, principalmente, pelas ameaças do presidente dos EUA, Donald Trump, de sobretaxar a China por conta do controle chinês sobre as cobiçadas terras raras.
O dólar comercial também foi impactado pelas ameaças de Trump na sua rede social. A moeda fechou o pregão de sexta em forte alta de 2,38%, cotado a R$ 5,50.