
A liquidação extrajudicial do Banco Master reacendeu preocupações sobre a segurança dos CDBs de alta rentabilidade e expôs a vulnerabilidade de investidores que aplicam sem verificar a regulação por trás dos produtos. Em meio ao aumento de emissões irregulares, cresce a procura por instrumentos mais robustos, como os CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) que oferecem maior transparência, governança e lastro real.
“O investidor brasileiro está percebendo que segurança não significa apenas produto bancário, mas sim qualidade regulatória, governança e lastro real”, afirma Victor Marques, CEO da Adda Partners.
Caso Banco Master expõe riscos de CDBs
Segundo apurações de mercado, parte dos CDBs associados ao episódio envolvia emissões que não passaram pelo devido registro no Banco Central, além de operações estruturadas à margem das regras prudenciais. O problema criou exposição financeira indevida para milhares de investidores, reforçando a necessidade de educação financeira e de atenção à origem dos títulos oferecidos no sistema bancário.
A crise evidenciou que o CDB, título bancário tradicional, depende exclusivamente da saúde financeira da instituição emissora. Irregularidades, falta de transparência e problemas de governança aumentam o risco para quem compra papéis sem checar a regulação.
CRIs ganham destaque por lastro real
Diferentemente dos CDBs, os CRIs são estruturados dentro do mercado de capitais, com forte supervisão e camadas de proteção. Emitidos por securitizadoras e regulados pela CVM, esses produtos contam com auditorias, agentes fiduciários e direitos creditórios segregados, o que reduz significativamente o risco estrutural.
“O CRI entrega previsibilidade, fiscalização e proteção jurídica”, reforça Marques, destacando o avanço do crédito privado estruturado como alternativa segura ao investidor.
A Adda Partners é hoje uma das principais casas de originação desses instrumentos, com operações inovadoras, incluindo CRIs registrados via CVM 88, que ampliam o acesso democrático ao mercado.
Demanda por produtos sólidos cresce após caso Master
Com o aumento das discussões sobre títulos bancários fraudulentos e ataques recentes a instituições financeiras, a busca por instrumentos mais seguros ganha força. O mercado observa maior migração para produtos lastreados e regulados, que oferecem governança e visibilidade operacional.
“Nosso papel é trazer segurança e transparência para o investidor. O Brasil está amadurecendo, e o crédito privado bem estruturado é parte desse avanço”, diz o CEO da Adda Partners.
Comparativo: CDB x CRI
| Critério | CDB (Produto Bancário) | CRI (Mercado de Capitais) |
|---|---|---|
| Origem | Emitido por bancos para captar recursos | Emitido por securitizadoras, lastreado em recebíveis |
| Regulação | Banco Central | CVM, auditorias e agentes fiduciários |
| Risco | Relacionado à saúde do banco | Relacionado ao lastro e à estrutura segregada |
| Transparência | Baixa, depende do banco | Alta, com documentação pública |
| Segurança jurídica | Média | Alta, com camadas de proteção e garantias |
Mercado e regulação devem atuar juntos para proteger o investidor
Especialistas afirmam que o momento reforça a importância de coordenação entre Banco Central e mercado de capitais. O sistema bancário precisa aperfeiçoar sua supervisão, enquanto o mercado de capitais continua oferecendo instrumentos com rigor regulatório elevado.
“Quando essas esferas trabalham em sintonia, o investidor conta com um ambiente mais confiável, capaz de coibir emissões irregulares e bloquear estruturas fraudulentas”, conclui Marques.