Mercado

Renner (LREN3): ações despencam após Citi rebaixar recomendação

O papéis da varejista fecharam o dia com desvalorização de 5,44%, cotada a R$ 15,81

As ações da Lojas Renner (LREN3) despencaram na sessão desta segunda-feira (22) do Ibovespa. O papéis da varejista fecharam o dia com desvalorização de 5,44%, cotada a R$ 15,81.

O fraco desempenho é atribuído ao rebaixamento da recomendação de compra para neutra feito pelo banco Citi, que ainda ajustou ligeiramente o preço-alvo de R$ 18,00 para R$ 18,50. Na avaliação do banco, o espaço para crescimento entre o preço atual e o preço justo é pequeno, e a empresa pode ter dificuldade para alcançar esse resultado em 2024.

“A Lojas Renner cai hoje refletindo o rebaixamento de recomendação por parte do Citi para neutra. Lojas Renner segue com pressões competitivas e desafios no ambiente de financiamento ao consumo. Assim como a empresa, outras do setor de varejo e consumo como Magazine Luiza, Casas Bahia, Assai e Grupo Soma também caíram por conta da alta de juros futuros hoje, que prejudica os setores”, avaliou o especialista em mercado de capitais e sócio da AVG Capital, Lucas Almeida.

Os analistas João Pedro Soares e Felipe Reboredo explicam que, dado o perfil da Renner de oferecer produtos a preços mais acessíveis, o faturamento da empresa em 2024 dependerá significativamente da demanda e do volume de vendas

Além disso, mesmo com a redução da inadimplência na Realize, o braço de financiamento ao consumidor da empresa, a Renner, deve manter a concessão de crédito restrita, pois ainda planeja aprimorar a qualidade de seu portfólio. A mudança na regulamentação de cartões de crédito adiciona incerteza à Realize.

Os analistas observam um ponto positivo, destacando que o centro de distribuição de Cabreuva deve operar exclusivamente para o comércio eletrônico na segunda metade do ano. Essa mudança é esperada para contribuir para a melhoria da margem operacional ao longo desse período.

De acordo com o Citi, espera-se uma melhora nos resultados em 2024, e, dependendo do ritmo de recuperação, a percepção sobre a empresa pode tornar-se mais construtiva.

Ibovespa fecha em queda na contramão do exterior; dólar sobe

O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão desta segunda-feira (22) em queda de 0,81%, aos 126.601 pontos. O dólar comercial encerrou o dia com alta de 1,23%, a R$ 4,98.

Ao longo do pregão do primeiro dia da semana, a bolsa operou em queda e com volumes abaixo da média. O fraco desempenho é atribuído ao anúncio de uma nova estratégia industrial do governo, feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Na visão do presidente, os R$ 300 bilhões anunciados pelo BNDES para financiamento à indústria representam um “alento” e encerram a discussão sobre a necessidade de recursos. Anteriormente, o vice-presidente, Geraldo Alckmin, havia afirmado que a questão do financiamento estaria “equacionada”.

“A preocupação fiscal e a política industrial bilionária anunciada são fatores que deixam o mercado inseguro e colaboram para a nossa bolsa caminhar na contramão do exterior. A nova política industrial, com foco em incentivos fiscais para setores específicos, gerou preocupações entre investidores”, avaliou o especialista em mercado de capitais e sócio da AVG Capital, Lucas Almeida.

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