A Renner (LREN3) fechou 20 lojas de suas marcas no primeiro trimestre de 2023, fez demissões e tem avaliado mais profundamente o desempenho das lojas nesse período ainda sensível para a cadeia. Entre as unidades fechadas, 13 foram da Camicado, quatro da Renner e três da Youcom.
A varejista informou que “retomou de forma mais dinâmica o processo de avaliação da rentabilidade das suas operações” e decidiu fechar algumas unidades, principalmente aquelas que poderiam ser absorvidas pelo parque de lojas, resultando em maior eficiência, com aumento de venda por metro quadrado e redução de custos”, relatou em material de resultados. As informações são do “Valor Econômico”.
“Quando você faz esses ajustes de estrutura, você tem custos altos pontuais e na sequência há melhora estrutural [de resultados]”, disse Fabio Faccio, CEO do grupo, durante o encontro “Investor Day”.
Ainda, especificamente no segmento de casa e decoração, houve efeito da queda mais acentuada da demanda passada a pandemia. “Fizemos um movimento mais relevante na Camicado, sempre fazemos ajustes, mas agora mais relevante, mantendo a absorção da venda [da loja fechada] em uma loja próxima. Vimos após a pandemia queda [na venda] e esperamos para ver se retomaria, e então decidimos agora que era preciso rever”, afirmou. “O fluxo nessas lojas não voltou e não tinha cara de que voltaria”, disse Daniel dos Santos, diretor financeiro.
A rede não relatou número de demitidos, mas disse que parte foi realocada e parte deixou a empresa. No ano, a companhia tem prevista a inauguração de cerca de 15 a 20 lojas Renner, sendo 75% em novas praças, 10 a 15 Youcom e cinco Ashua.
Lojas Renner tem queda de 75,6% no lucro do 1T23
A Renner divulgou na quarta-feira (3) seu balanço do primeiro trimestre de 2023. A companhia reportou lucro líquido de R$ 46,8 milhões entre janeiro e março, queda de 75,6% em relação ao mesmo período do ano passado.
Já a receita líquida somou R$ 2,2 bilhões no primeiro trimestre do ano, recuo de 2,2% em comparação com a mesma etapa de 2022.
De acordo com a varejista, o resultado é explicado pelo cenário macroeconômico desafiador, com alto endividamento das famílias. Além disso, a Lojas Renner afirmou que as temperaturas médias, ainda em patamares elevados, também mantiveram clientes afastados das lojas.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), por outro lado, totalizou R$ 251,8 milhões nos primeiros três meses de 2023, queda de 34,3% em relação ao primeiro trimestre do ano anterior.
As despesas operacionais, que incluem de vendas, administrativas e gerais, sem considerar despesas com depreciação e amortização, somaram R$ 1 bilhão, avanço de 8,8% frente ao primeiro trimestre de 2022.
Além disso, no primeiro trimestre de 2023, a receita líquida proveniente do Cartão Renner foi de R$ 468,9 milhões, alta de 27,9% na comparação anual. Já as perdas em crédito cresceram 107,1%, para R$ 346,8 milhões, e as despesas operacionais, avançaram 16,1%, para R$ 132,4 milhões. No total, o resultado da frente foi negativo em R$ 10,3 milhões, ante lucro de R$ 85,2 milhões no primeiro trimestre de 2022.
A Lojas Renner fechou março com uma posição de caixa líquida de R$ 372,2 milhões.