Resumo Semanal: Ibovespa avança 1,44% impulsionado pelos balanços corporativos

Dólar recua 1,2% no período

O Ibovespa acumulou ganhos de 1,44% ao longo desta semana, o índice manteve o ritmo do ciclo anterior quando registrou alta de 1,3%. O período foi marcado pela aprovação da PEC dos Precatórios no segundo turno na Câmara dos Deputados, a preocupação inflacionária mundial; com a Alemanha registrando o maior PPI desde 1974 e os EUA com a maior alta do CPI desde 1990 e a continuação da temporada de balanços corporativos. O dólar recuou 1,2% ao longo desta semana.

Segunda

Em sessão estendida, o Ibovespa encerrou com leve baixa no pregão da segunda-feira (8). Os investidores aguardavam pelo desdobramento acerca da PEC dos Precatórios no Plenário. Dentre as maiores altas do índice estão: Vale, Usiminas e Gerdau, aproveitando a aprovação do pacote trilionário nos EUA.

Em Boletim Focus, os economistas ouvidos pelo Banco Central aumentaram suas estimativas para a inflação deste ano novamente. Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) em 2021, a projeção recuou de 4,94% para 4,93%. Para 2022, a estimativa também teve queda, de 1,20% para 1,00%.

Nos Estados Unidos, o Banco Central norte-americano (Fed) divulgou a pesquisa sobre a expectativa dos consumidores norte-americanos sobre ganhos e gastos para o próximo ano. O relatório aponta que os compradores acreditam em uma projeção de aumento na renda familiar de 3,3% em um ano, atingindo o patamar mais alto desde 2013.

O Ibovespa recuou 0,4% aos 104.781 pontos, com volume negociado de R$ 23 bilhões. A moeda norte-americana avançou 0,33% a R$ 5,540 na compra e R$ 5,541 na venda.

Terça

O principal índice da B3 encerrou em alta no pregão da terça-feira (9). O Ibovespa se beneficiou da disparada do setor de varejo, principalmente da Magazine Luiza, a qual acumulou salto de 10,06%. O benchmark chegou a avançar mais de 1% no período da manhã e da tarde, mas reduziu seus ganhos por conta das incertezas sobre a votação da PEC dos Precatórios no Plenário da Câmara dos Deputados.

O Goldman Sachs reduziu suas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2022, reduzindo a estimativa para 0,8%. De acordo com o banco, o cenário inflacionário e de preocupação com os riscos fiscais e condições monetárias, influenciou a reavaliação.

Nos Estados Unidos, o índice de preços ao produtor (PPI) de outubro veio em alta de 0,6% na comparação com setembro, em linha com o esperado pelos economistas.

O Ibovespa fechou com avanço de 0,72%, aos 105.535 pontos, com volume financeiro de R$ 27,43 bilhões. O dólar caiu 0,83% a R$ 5,494 na compra e R$ 5,495 na venda.

Quarta

O Ibovespa avançou 0,41% no pregão da quarta-feira (10), em sessão de alta volatilidade. O índice abriu em queda com a repercussão da aprovação da PEC dos Precatórios na Câmara dos Deputados, porém conseguiu reverter as perdas pela tarde. 

A PEC dos Precatórios, que visa abrir espaço no orçamento federal para que o governo possa pagar o Auxílio Brasil, programa substituto do Bolsa Família, foi aprovado em segundo turno na Câmera. A proposta precisava de, pelo menos, 308 votos favoráveis e recebeu 323. O texto agora retorna à Comissão Especial para depois ser enviada ao Senado, onde também passará por dois turnos.

O IPCA do mês de outubro avançou mais 1,25% em relação a setembro, marcando a maior alta para o mês desde 2002. Após o resultado, a inflação acumulou altas de 8,24% só neste ano e de 10,67% nos últimos 12 meses. O indicador veio acima das estimativas de especialistas, o que preocupou ainda mais o mercado.

Nos Estados Unidos, a inflação também veio pior que o esperado pelos analistas, o Índice de Inflação ao Consumidor (CPI) avançou 0,9% no mês de outubro em relação a setembro, atingindo o valor mais alto desde 1990. Os economistas aguardavam uma alta de 0,6%. No acumulado do ano, o CPI tem alta de 5,9%, enquanto as estimativas eram de 5,8%.

O Ibovespa subiu 0,41% aos 105.968 mil pontos. O dólar encerrou a sessão em alta de 0,10% a R$ 5,500 na compra e na venda.

Quinta

O Ibovespa encerrou em alta no pregão da quinta-feira (11), mas reduziu os ganhos por conta das preocupações com os riscos fiscais. O benchmark aproveitou a repercussão da prorrogação por mais dois anos da desoneração da folha de pagamentos de empresas. Já a Via Varejo liderou as perdas após divulgar seu balanço trimestral.

As vendas do varejo registraram queda de 1,3% em setembro na comparação com agosto, bem maior que o esperado pelos economistas, que projetavam recuo de 0,6%. Na comparação anual, a queda foi de 5,5%, também superando as expectativas de 4,25%.

Nos Estados Unidos, o mercado de títulos não operou devido ao feriado de Dia dos Veteranos, mas as Bolsas funcionaram normalmente. Wall Street operou de forma mista, após divulgação de balanços corporativos fracos e maior nível inflacionário em 30 anos.

O índice avançou 1,54% no encerramento do pregão aos 107.594 mil pontos, com volume negociado de R$ 32 bilhões. A moeda norte-americana encerrou em queda de 1,74% a R$ 5,404 na compra e na venda.

Sexta

O principal índice da Bolsa de Valores brasileira encerrou em queda de 1,17% no pregão desta sexta-feira (12). O mercado repercutiu os resultados da Magazine Luiza e Natura, as ações de ambas lideraram as perdas do Ibovespa durante toda a sessão. As Lojas Americanas foram o destaque positivo do pregão, após divulgação de seu balanço consistente.

A Magazine Luiza apontou retração de 89,5% em seu lucro líquido durante o terceiro trimestre deste ano. As ações da Magalu lideraram as perdas do Ibovespa e despencaram 17,73% no encerramento da sessão. A Natura reportou lucro líquido de R$ 235 milhões no segundo trimestre. O Ebitda da companhia sofreu queda de 47,1% no ano a ano. Os papéis da rede de cosméticos caíram 16,62%.

As Lojas Americanas registrou uma alta de 568,3% em seus lucros no terceiro trimestre, ante ao mesmo período do ano passado, alcançando R$ 240,6 milhões. Os papéis da varejista registraram ganhos de 5,66% e 5,45% nos ativos AMER3 e LAME4, respectivamente.

Na Europa, a produção industrial do continente teve queda de 0,2% em setembro, na comparação com agosto, baixa foi menor que o esperado pelos economistas. Contudo, a inflação continua preocupando o mercado no Velho Continente.

O índice recuou 1,17% na sessão, aos 106.487 mil pontos. O volume negociado foi de R$ 31,5 bilhões. O dólar comercial avançou 0,95% a R$ 5,456 na compra e R$ 5,457 na venda.