Resumo Semanal: Ibovespa cai 2% com ômicron, juros e política no radar

Dólar encerra primeira semana de 2022 em alta

A primeira semana de 2022 foi marcada por um forte temor com a alta de juros, após uma sinalização mais hawkish do Federal Reserve (banco centra norte-americano). Ao que tudo indica, as condições para esse avanço podem ser alcançadas em breve, já em março.

No Brasil, os investidores seguem preocupados com a possibilidade de um aumento nos gastos públicos pelo governo federal, frente as reivindicações de servidores públicos por aumento de salário, o que agravaria o quadro fiscal do país.

Além disso, a grande preocupação com a variante ômicron da Covid-19 continua sendo um empecilho para a economia global. O mundo bateu recorde de casos diários da doença, contabilizando 2,4 milhões de infecções. Só na última segunda-feira (3), os Estados Unidos registraram mais de 1 milhão de casos.

Segunda

Após ensaiar uma alta pela manhã, o Ibovespa encerrou o primeiro pregão de 2022 com queda de 0,86% na segunda-feira (3). O líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR), defendeu a revisão do teto de gastos, o que atrapalhou o desempenho do índice.

As ações do setor de frigoríficos despencaram após anúncio de Joe Biden nos EUA e o varejo desabou com a alta da curva de juros. Além disso, os economistas do Boletim Focus rebaixaram as expectativas para o avanço da economia neste ano.

Nos EUA, o PMI Industrial de dezembro teve leitura de 57,7, ficando um pouco abaixo do consenso do mercado, que esperava por 57,8. A notícia chegou a derrubar as bolsas norte-americanas momentaneamente, mas não foi o suficiente para conter o avanço do mercado.

Na Europa, as bolsas encerraram a primeira sessão do ano em alta, com o índice pan-europeu STOXX 600 avançando de 0,45%, aos 489,99 pontos, uma máxima histórica para encerramento. Em 2021, o benchmark  atingiu seu segundo melhor desempenho anual desde 2009, quando saltou 22,4%.

O Ibovespa recuou 0,86% na sessão, aos 103.921 pontos. O volume negociado atingiu R$ 24 bilhões. Já o dólar avançou 1,56%, a R$ 5,66.

Terça

O ano de 2022 não começou dos melhores para o Ibovespa. O índice registrou sua segunda queda consecutiva na terça-feira (4), enquanto incertezas fiscais no cenário doméstico e sessões mistas nos Estados Unidos atrapalhavam o desempenho interno. 

No Brasil, a previsão para a inflação de 2023 no Boletim Focus saltou para 3,41% e pesou sobre os ganhos do benchmark. Além disso, as falas do líder do governo na Câmara dos Deputados também impactaram o pregão.

Em relação ao mercado, ações de bancos e de empresas ligadas à commodities voltaram a subir, ao passo que papéis relacionados ao consumo interno e ao setor de tecnologia caíram, em reflexo da alta dos juros futuros no Brasil e do rendimento dos títulos do governo dos EUA. 

A respeito da maior economia do mundo, o comentário repercutido entre operadores era de que investidores já haviam começado a se movimentar para antecipar o corte de estímulos do Federal Reserve. 

A preocupação com a variante ômicron seguiu sendo um empecilho para a economia global. O mundo bateu recorde de casos diários, contabilizando 2,4 milhões de infecções. 

O Ibovespa caiu 0,39%, aos 103.513 pontos, com volume financeiro de R$ 23,2 bilhões. O dólar comercial avançou 0,48%, negociado a R$ 5,69.

Quarta

O Ibovespa emendou mais uma queda consecutiva na quarta-feira (5), em reflexo da divulgação da ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve. Além disso, o índice foi impactado pela alta do rendimento dos treasuries norte-americanos.

A respeito da ata do Fomc (comitê de política monetária norte-americano), dirigentes afirmaram que a inflação está acima do esperado, deixando de ser transitória, por isso as condições para a alta do juros podem ser alcançadas em breve.

Outro ponto bastante repercutido entre investidores foi a sinalização do Fed de que deve passar a buscar a redução do tamanho do seu balanço patrimonial.

Em meio as notícias, o Dow Jones fechou em queda de 1,07%, o S&P 500 caiu 1,94% e a Nasdaq desvalorizou-se 3,34%.

No Brasil, o risco de desequilíbrio fiscal, com mais gastos pelo governo, também atrapalhou o desempenho do índice. 

O Ibovespa fechou com forte baixa de 2,42%, a 101.005 pontos. Essa foi sua maior queda diária desde 26 de novembro, atingindo o menor patamar desde 1º de dezembro.  Já o dólar, apesar de ter caído durante boa parte do dia, avançou 0,41%, a R$ 5,71 no fechamento, maior valor desde 21 de dezembro de 2021.

Quinta

O Ibovespa rompeu a sequência de quedas do ano novo e apresentou seu primeiro resultado positivo em 2022 na quinta-feira (6), porém não sustentou a máxima alcançada durante a sessão.

A respeito do mercado, as ações relacionadas a commodities seguraram a bolsa brasileira em alta ao longo do dia, mas acabaram perdendo fôlego nas últimas horas de negociações. 

Os papéis que mais se destacaram foram os da Vale (PETR4), responsável pelo maior volume do benchmark, com disparo de 2,02%. Comparada a outros setores, a mineradora foi a que mais alavancou o índice para terreno positivo.

No cenário interno, o Banco Central realizou neste pregão um leilão de até 17 mil contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 2 de março de 2022. Todos os contratos foram vendidos.

No exterior, as bolsas em Nova York recuaram novamente com a perspectiva de alta de juros nos EUA em março, após o tom mais hawkish do Fed.

O Ibovespa subiu 0,55%, aos 101.561 pontos, com volume negociado de R$ 26,2 bilhões. A moeda americana caiu 0,56%, a R$ 5,679.

Sexta

O Ibovespa se afastou das bolsas internacionais e encerrou em alta nesta sexta-feira (7), repetindo o resultado positivo da véspera. Entretanto, ainda assim o índice registra queda de 2% no acumulado da primeira semana de 2022, após ter recuado entre segunda e quarta-feira.

A notícia que mais impactou o mercado brasileiro veio dos Estados Unidos, como aconteceu durante toda a semana. Foram divulgados os dados do mercado de trabalho do país referentes a dezembro, que decepcionaram o mercado.

Os EUA criaram apenas 199 mil vagas de emprego no último mês de 2021, menos da metade que o projetado por economistas (400 mil). No entanto, a taxa de desemprego surpreendeu e caiu mais que o esperado, de 4,2% para 3,9%, por isso os números do payroll foram considerados sólidos.

Em Wall Street, o Dow Jones teve baixa de 0,1% a 36.231 pontos; o S&P 500 desvalorizou-se 0,41%, a 4.677 pontos; e a Nasdaq perdeu 0,96% a 14.935 pontos..

No cenário interno, os investidores seguiam preocupados com a possibilidade de um aumento nos gastos públicos pelo governo federal, frente as reivindicações de servidores públicos por aumento de salário, o que agravaria o quadro fiscal do Brasil.

O Ibovespa fechou com avanço de 1,14%, aos 102.719 pontos. O volume negociado no dia ficou em R$ 25,9 bilhões. O dólar comercial caiu 0,85%, a R$ 5,63.

Acesse a versão completa
Sair da versão mobile