Resumo Semanal: Ibovespa despenca 3,1% com receios sobre a inflação

Dólar avançou 0,93% no período

O Ibovespa acumulou perdas de 3,1% ao longo desta semana, o índice registrou baixa em todos os dias em que a B3 esteve aberta, exceto nesta sexta-feira (19). O período foi marcado pelo fim da temporada de balanços corporativos no Brasil, o que normalmente impulsiona a bolsa e as expectativas sobre os desdobramentos da PEC dos Precatórios. Além disso, o benchmark sofreu com a divulgação de estimativas piores para a inflação e avanço do PIB no país. O dólar avançou 0,93% no acumulado da semana.

Segunda

A Bolsa de Valores brasileira não funcionou na segunda-feira (15) por conta do feriado da Proclamação da República. Contudo, o principal índice de ADR’s (ações de empresas de fora dos Estados Unidos negociadas em Nova York) do Brasil, o Dow Jones Brazil Titans 20 ADR, encerrou a sessão em queda de 0,09%, na contramão do mercado externo.

O setor de aviação esteve entre os maiores ganhos, com a Embraer, Gol e Azul com altas de 3,52%, 1,56% e 1,19%, respectivamente. O EWZ, principal ETF bralileiro negociado no mercado dos EUA, que replica o índice MSCI Brazil, também ficou em baixa de 0,10%.

Em Wall Street, as bolsas operaram entre perdas e ganhos. O Dow Jones recuou 0,03%; Nasdaq teve baixa de 0,04% e o S&P 500 avançou 0,05%.

Na Europa, as bolsas encerraram com recordes nesta sessão, sendo impulsionadas pela divulgação dos dados econômicos da China. O índice Pan-Europeu, Stoxx 600, fechou o pregão com alta de 0,35% aos 488,43 pontos, sendo a maior pontuação da história do índice.

Terça

O Ibovespa encerrou em queda de 1,82% no pregão da terça-feira (16), revertendo os ganhos de 1,44% registrados na semana passada. O índice despencou após a divulgação do IBC-Br, que sinalizou recuo 0,27% em setembro ante ao mês de agosto. Entre as maiores quedas do benchmark, Locaweb e Magazine Luiza lideraram as perdas durante toda a sessão.

O Banco Central informou que o Índice de Atividade Econômica do Brasil (IBC-Br), considerado a prévia do Produto Interno Bruto (PIB) do país, registrou queda de 0,27% no mês de setembro em relação a agosto. Na comparação anual, a alta foi de 1,52%, porém o consenso do mercado apontava crescimento de 1,60%.

Nos Estados Unidos, as vendas no varejo avançaram 1,7% em outubro, em comparação com setembro, vindo acima do esperado pelos economistas. O indicador de produção industrial avançou 1,6% no mesmo período, revertendo a queda registrada no mês anterior. O número também superou as projeções, que indicavam avanço de 0,8%.

O benchmark recuou 1,82% na sessão, aos 104.403 pontos, com volume negociado de R$ 27,2 bilhões. A moeda-norte americana avançou 0,78% na sessão a R$ 5,499 na compra e R$ 5,500 na venda.

Quarta

O Ibovespa recuou 1,39% no encerramento do pregão da quarta-feira (17), fechando com a pior pontuação deste ano, abaixo dos 103 mil pontos, praticamente zerando os ganhos do mês de novembro. O índice despencou após a divulgação do Boletim Macrofiscal de novembro, no qual piorou as estimativas sobre a inflação e juros no Brasil, preocupando ainda mais o mercado. Além disso, foram repercutidos os balanços trimestrais que, em maioria, decepcionaram.

Nos Estados Unidos, as bolsas repercutiram os números melhores que o esperado no varejo e na indústria. As vendas no varejo avançaram 1,7% em outubro. Enquanto o indicador de produção industrial avançou 1,6% no mesmo período, revertendo a queda registrada em setembro.

Na Europa, a inflação em outubro foi confirmada em 4,1%, mais que o dobro da meta do Banco Central Europeu (BCE). No Reino Unido, o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) registrou a maior alta no mês em quase 10 anos, com um avanço de 4,2% ante a setembro, com destaque para a alta dos preços de energia.

O Ibovespa caiu 1,22% aos 102.948 pontos, com volume negociado de R$ 30,6 bilhões. O dólar avançou 0,45% a R$ 5,524 na compra e na venda.

Quinta

O Ibovespa encerrou em queda no pregão da quinta-feira (18), ampliando ainda mais a sua pior pontuação do ano. O principal índice da Bolsa operou em baixa muito por conta do fim da temporada de balanços corporativos, que costuma alavancar o benchmark, além da constante preocupação com o futuro cenário econômico do Brasil, com o avanço da inflação e dos juros. O mercado também repercutiu uma possível volta da PEC dos Precatórios para a Câmara dos Deputados.

Nos Estados Unidos, os mercados retomam preocupação com a possibilidade de uma nova onda de infecções da Covid-19, além dos temores sobre o avanço da inflação no país. Em contrapartida, dados que indicam uma recuperação mais consistente da economia americana têm mantido os índices próximos de patamares históricos.

Na Europa, foram repercutidos os dados da inflação da Zona do Euro, que veio mais que o dobro da meta estipulada pelo Banco Central Europeu, e do Reino Unido, no qual registrou a maior alta para outubro em 10 anos. As bolsas do continente encerraram, majoritariamente, em baixa.

O Ibovespa recuou 0,51% na sessão, aos 102.426 pontos, com volume negociado de R$ 28 bilhões. O dólar avançou 0,83% a R$ 5,569 na compra e R$ 5,570 na venda.

Sexta

O Ibovespa encerrou com alta de 0,59% no pregão desta sexta-feira (19), retomando os 103 mil pontos. O mercado brasileiro segue com as atenções voltadas à PEC dos Precatórios, que pode avançar na semana que vem. O mercado europeu desaba em meio a temores por novos lockdowns no continente.

O Governo aposta em um “fatiamento” da PEC dos Precatórios, podendo fazer o Senado aprovar o texto na íntegra e evitando que o texto retorne à Câmara dos Deputados, o que aconteceria caso fosse feita alguma modificação na proposta.

Nos Estados Unidos, o vice-presidente do Banco Central norte-americano (Fed), Richard Clarida, afirmou que é “apropriado” que na próxima reunião do Fed se fale sobre uma maior velocidade no tapering (retirada de estímulos). 

Na Europa, os investidores seguem receosos com os prejuízos econômicos de novos lockdowns contra a Covid-19 na região. A Áustria retomou com as medidas rigorosas de isolamento social, sendo o primeiro país do continente a voltar com a determinação.

O Ibovespa avançou 0,59% aos 103.035, com volume negociado de R$ 26,8 bilhões. O dólar avançou 0,70% a R$ 5,608 na compra e R$ 5,609 na venda.
 

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