Resumo Semanal: Ibovespa fecha semana com queda de 2,6%; dólar sobe 2,7%

Apesar da alta marcada nesta sexta-feira (20), o Ibovespa teve perda de 2,59% em semana marcada pela soma de  notícias ruins no front político com avanço da variante delta do coronavírus, sinalizações do Federal Reserve de que irá começar a reduzir estímulos no fim do ano e dados da China que causaram uma correção nos preços das commodities. Já o dólar comércial, apesar de ter registrado queda hoje de 0,7%, na semana a moeda dos EUA se valorizou em 2,67% ante o real. 

No Brasil, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que “se for para taxar dividendos em 15% é melhor nem ter reforma do Imposto de Renda”, rejeitando a possibilidade de reduzir a alíquota de 20% que propôs.

No exterior, a Europa tem tido resultado na recuperação dos efeitos da pandemia da covid, que foi impulsionada pela suspensão de medidas de distanciamento social e pela forte demanda interna após o PIB (Produto Interno Bruto) ter crescido 1,5% no segundo trimestre.

Já no Japão, os papéis de empresas do setor automobilístico seguiram registrando perdas, depois do anúncio na última quinta de que a Toyota deverá cortar em 40% sua produção global em setembro em relação àquilo planejado anteriormente, segundo informações reproduzidas pela agência internacional de notícias Reuters.

No Reino Unido, dados divulgados pelo Escritório para Estatísticas Nacionais indicam queda de 2,5% nas vendas no varejo em julho em relação ao mês anterior, quando a escassez global de chips e o clima chuvoso impactaram o comportamento dos consumidores britânicos.

Segunda

O Ibovespa encerrou em forte queda de 1,66% na segunda-feira (16) e atingiu sua maior baixa desde 30 de julho, quando recuou 3,08%, e o menor patamar de fechamento desde 4 de maio, quando o índice fechou cotado a 117.712 pontos. O desempenho dessa sessão foi pressionado por ruídos políticos e pelo dia conturbado no exterior.

No cenário interno, o presidente Jair Bolsonaro prometeu apresentar pedidos de impeachment contra os ministros Luis Roberto Barroso e Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Em meio a isso, a preocupação com um ambiente de crise institucional se alastrou pelo mercado e investidores temiam a ampliação da distância entre o Executivo e o Senado. 

No radar internacional, dados fracos sobre a economia chinesa puxaram resultados negativos globalmente. Devido aos novos surtos de Covid-19 e enchentes que prejudicaram as operações das empresas, o avanço da produção industrial e das vendas no varejo da China caiu e ficou abaixo das expectativas para julho. Com a baixa, a impressão é de que a segunda maior economia do mundo esteja enfrentando obstáculos no processo de recuperação.

O Ibovespa teve queda de 1,66%, a 119.180 pontos com volume financeiro negociado de R$ 33,889 bilhões. O dólar comercial subiu 0,68% a R$ 5,28 na compra e a R$ 5,281 na venda.

Terça

Marcando mais um dia de baixas, o Ibovespa encerrou em queda na terça-feira (17) em meio a tensão instaurada na política com o noticiário fiscal e a crise institucional. Apesar de ter apresentado um desempenho inferior ao de índices internacionais, o principal benchmark brasileiro seguiu o resultado negativo no exterior.

Por aqui, a votação da reforma do Imposto de Renda é aguardada por todos do mercado. Além disso, a atenção estava voltada a investigação aberta pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, para apurar se o presidente Jair Bolsonaro cometeu crime ao utilizar um espaço em TV pública para atacar o sistema eleitoral do Brasil sem ter provas.

Lá fora, a preocupação com o avanço da variante Delta da Covid-19 e seu consequente impacto na economia global continua assolando investidores, algo intensificado pelos dados fracos de varejo nos Estados Unidos.

O Ibovespa caiu 1,07%, a 117.903 pontos com volume financeiro negociado de R$ 38,052 bilhões. O dólar comercial teve leve queda de 0,2% a R$ 5,27 na compra e a R$ 5,27 na venda.

Quarta

Em pregão marcado pela intensa volatilidade, o Ibovespa encerrou a quarta-feira (18) em queda, pela terceira vez consecutiva. O índice chegou a ir de uma baixa de 1% para uma alta de 0,6% em poucos minutos antes da ata da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês).

Com as divulgações das sinalizações do Fed, as bolsas internacionais foram à mínimas. O Dow Jones caiu 1,08% a 34.960 pontos, o S&P 500 teve queda de 1,07% a 4.400 pontos e o Nasdaq recuou 0,89% a 14.525 pontos.

No Brasil, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), disse que pediu ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, por uma retomada da reunião dos Três Poderes. Segundo Pacheco “radicalismo” e “extremismo” são ruins para o Brasil e para a democracia.

O Ibovespa caiu 1,07%, a 116.642,62 pontos com volume financeiro negociado de R$ 38,022 bilhões. O dólar comercial encerrou a sessão de 1,99% a R$ 5,375 na compra e a R$ 5,27 na venda. 

Quinta 

Após passar três sessões em queda, o Ibovespa encerrou em alta na quinta-feira (19) seguindo o desempenho das bolsas americanas em meio a alta de ações e empresas de tecnologia em Wall Street. Apesar de ter fechado com saldo positivo, os ganhos foram limitados pela pressão de papéis ligados ao minério de ferro.

Por aqui, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que ruídos envolvendo questões domésticas têm afetado as projeções de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) para 2022, processo que está sendo acompanhado pela autoridade monetária.

Os Estados Unidos sofreu com dados de auxílio desemprego, que vieram abaixo do projetado. As solicitações caíram 29 mil na semana encerrada em 14 de agosto, a 348 mil pedidos, de acordo com ajustes sazonais revisados pelo Departamento do Trabalho dos EUA. 

O Ibovespa subiu 0,45%, a 117.164 pontos com volume financeiro negociado de R$ 38,49 bilhões. O dólar comercial teve alta de 0,89% a R$ 5,422 na compra e a R$ 5,423 na venda.

Sexta
O Ibovespa se recuperou da expectativa de baixa e encerrou em alta nesta sexta-feira (20), apesar da melhora não apagar a perda de cerca de 2,5% na semana. O resultado positivo foi alcançado em meio aos temores com o avanço da variante Delta da Covid-19 e os ruídos desencadeados pelo vírus na China e Estados Unidos. 

Por aqui, o governo deve propor um déficit de R$ 70 bilhões no Orçamento de 2022, segundo informações do Broadcast. 

Ainda na política, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que prefere que não haja uma reforma tributária do que ver uma proposta piorar o sistema atual. A declaração é feita em meio às incertezas sobre os diferentes projetos em discussão entre governo e Congresso.

O petróleo fechou a sessão completando a sétima queda consecutiva e marcando a pior semana da commodity desde outubro do ano de 2020. 

O contrato do petróleo Brent para outubro fechou em queda de 1,91%, a US$ 65,18 por barril, na ICE, em Londres, enquanto o do WTI para outubro recuou 2,14%, a US$ 62,14 por barril, na Bolsa de Mercadorias de Nova York.

Em relação ao dólar, a moeda havia iniciado o pregão em alta devido a espera de um redução de estímulos pelo Federal Reserve (banco central americano) já em 2021, com os desdobramentos políticos e fiscais contribuindo para a aversão a risco dos investidores.

Entretanto, o dólar fechou em queda graças a um alívio na percepção de risco internacional. A virada se deu com o crescimento de papéis de tecnologia, que impulsionaram as bolsas de Nova York. 

O Ibovespa avançou 0,76%, a 118.052 pontos com volume financeiro negociado de R$ 30,317 bilhões. O dólar comercial caiu 0,7% a R$ 5,384 na compra e a R$ 5,385 na venda.