O executivo Sergio Rial passou a integrar o time de sócios da gestora Crescera Capital (antiga Bozano), que administra R$ 4,3 bilhões.
Rial pretende contribuir para o lançamento de novos fundos, trabalhando ao lado do sócio Sérgio Eraldo, ex-Bozano e fundador da Legend Capital, conforme anunciou em seu perfil no LinkedIn na noite de sábado (18).
Em um comentário enviado à Bloomberg Línea, Rial confirmou as informações divulgadas nas redes sociais e compartilhou detalhes sobre sua missão diante do novo desafio.
Rial sobre nova fase
“Acredito muito nas pequenas e médias empresas, não obstante a importância e valor das grandes corporações, e espero colocar minha experiência junto com a dos meus sócios, à disposição de várias ajudando a cada companhia a executar seus planos”, disse Rial.
O próximo movimento de Rial, que liderou o Santander Brasil (SANB11) de janeiro de 2016 a dezembro de 2021, acontece aproximadamente 16 meses após sua renúncia ao cargo de CEO da Americanas (AMER3) em 11 de janeiro de 2023. Na época, ele expôs um déficit bilionário na contabilidade do grupo varejista.
Investidas nos setores do varejo, educação, saúde e tech
A Crescera é uma gestora independente de private equity e venture capital que atua no mercado desde 2008, gerindo cerca de R$ 4,3 bilhões, de acordo com seu site. Sua origem remonta à união da BR Investimentos (do ex-ministro Paulo Guedes), da Mercatto e da Trapezus. Em 2019, após a saída de Guedes, a empresa passou a adotar o nome Crescera.
Dentre as empresas investidas listadas no portfólio da gestora, encontram-se a Tembici, Vitru Educação, Grupo Zelo, Semantix, Plural Care, 77Sol, Bom Consórcio, Salus Participações, entre outras.
“Tenho grande satisfação de poder aportar experiência onde posso. Por isso, acredito nas gestoras que mais do que provedoras de capital, se interessam em fazer parte da construção da história de tanta gente valente”, escreveu Rial.
“Me juntei recentemente à Crescera juntamente com meu amigo e agora sócio Sérgio Eraldo (ex-Bozano e fundador da Legend), para juntamente com sócios atuais de muita experiência e valor, podermos ajudar a longevidade dos negócios de médio porte, grande motor gerador de empregos, juntamente com as pequenas empresas e microempreendedores”, acrescentou.
Em sua postagem, Rial abordou os desafios enfrentados pelo mundo dos negócios no Brasil em um contexto de aperto monetário e os riscos associados a possíveis mudanças no cenário macroeconômico.
“Em uma economia com juros de dois dígitos e spreads ainda maiores, o ângulo equity é desafiado a cada decisão de negócio. E equity nada mais é que o combustível de quem sonhou e de quem compartiu do mesmo sonho. Tem que ser tratado com todo o cuidado, já que o percurso poderá ser mais longo do que se imaginava. Aliás, sempre é”, afirmou o executivo.
Rial também destacou o risco associado à alta alavancagem e enfatizou a importância de as empresas possuírem flexibilidade para se adaptar a diferentes cenários.
“Cada R$ 1 adicional de dívida, por conta de crescimento legítimo, pode acarretar em um futuro difícil. Em qualquer modelo de negócio, não podemos planejar um único cenário econômico e sim preparar o modelo de negócio para qualquer cenário. No caso da dívida, o pagamento independe do que aconteça. Ela tem data marcada”, observou Rial.