A Sabesp (SBSP3), uma das maiores empresas de saneamento do Brasil, irá divulgar nesta quinta-feira (22) seu balanço do quarto trimestre de 2022. De acordo com analistas consultados pelo BP Money, a estatal paulista, que poderá ser privatizada pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), apresentará um balanço financeiro sólido.
“A Sabesp apresenta boas perspectivas para o balanço do quarto trimestre de 2022, especialmente em relação ao seu Ebitda. Essa projeção positiva se deve, em grande parte, ao reajuste tarifário aprovado em 2021, que prevê aumentos acima da inflação até 2024. Com a atual alta inflacionária, é possível esperar um aumento significativo no Ebitda, algo que beneficiaria a companhia”, disse Fabrício Gonçalvez, CEO da Box Asset Management.
Na visão de Rafael Maluly Bombini, assessor da DOM Investimentos, o balanço trimestral da estatal paulista poderá ser afetado negativamente pela inflação de custos, por conta da subida dos preços de materiais e serviços de tratamento. Em contrapartida, a analista ainda acredita que a Sabesp terá um quarto trimestre positivo, impulsionado por uma alta do Ebitda.
“Eu acredito que o resultado trimestral da Sabesp deverá continuar afetado pela inflação de custos, principalmente em materiais e serviços de tratamento. No entanto, de certa forma, isso poderá ser compensado por uma melhora marginal nos custos de energia. Eu entendo também que os volumes da Sabesp devem aumentar um pouco na base anual, algo que iria melhorar o balanço, principalmente a parte de Ebitda”, afirmou Bombini.
Renan Diego, especialista em investimentos, partilha da visão dos dois analistas e crê que a Sabesp terá mais um resultado financeiro trimestral surpreendente, como aconteceu no terceiro trimestre, quando a companhia reportou alta de mais de 130% no lucro. O analista cita que a estatal vem apresentando uma alta constante nos lucros desde 2021, somando mais de R$ 3 bilhões.
“Nos últimos doze meses, a Sabesp teve um lucro líquido acima dos R$ 3 bilhões, e ele vem aumentando desde 2021, então eu acredito que o quarto trimestre da Sabesp possa surpreender e animar muitos investidores, como aconteceu no terceiro trimestre, quando o lucro da empresa reportou um salto de 130% na comparação anual”, explanou.
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Privatização da Sabesp não deverá sair em 2023
Desde que foi eleito em outubro de 2022, o governador Tarcísio de Freitas vem defendendo a privatização da Sabesp, que deverá sofrer o mesmo processo de desestatização da Eletrobras (ELET3;ELET6). De acordo com o político, a assinatura do contrato com a IFC, agência do Banco Mundial, para estruturar o processo deve ocorrer até o fim deste mês de março.
Apesar das expectativas do mercado, Leonardo Piovesan, analista fundamentalista da Quantzed, explica que a possível privatização da Sabesp só viria a acontecer em 2024, por conta da complexidade do processo, que envolveria todas as prefeituras do estado de São Paulo.
“Se a privatização da Sabesp realmente acontecer, de fato, ela será concretizada apenas em 2024. Essa privatização seria um negócio bem complexo, pois a Sabesp possui as maiores concessões do País e tem centenas de contratos individuais assinados com os municípios paulistas. Então, o governo teria que conseguir convencer todos esses municípios de forma que eles aceitem, sem qualquer restrição”, disse o analista da Quantzed.
De acordo com Gonçalvez, no entanto, é provável que o processo de privatização da companhia seja feito para além de 2024. O especialista de investimentos explica que o governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas, teria que aprovar uma lei na Assembleia Legislativa, algo que demandaria tempo, e conseguir o consentimento dos prefeitos das principais cidades do estádio para concretizar de fato a privatização da Sabesp.
“Uma eventual privatização da Sabesp exigiria um processo longo e complexo que envolve a aprovação de uma lei pela Assembleia Legislativa e o consentimento dos prefeitos das principais cidades do Estado. Embora o governo do Estado pretenda privatizar a empresa até o final de 2024, esse processo pode enfrentar desafios e atrasos, o que torna improvável que a privatização seja concluída ainda em 2023”, relatou o CEO da Box Asset Management.
