A AGU (Advocacia-Geral da União) solicitou ao STF (Supremo Tribunal Federal), na quinta-feira (18), a suspensão do processo de privatização da Sabesp (SBSP3).
A medida é em resposta a um pedido do PT (Partido dos Trabalhadores), que já move cerca de três ações contra a privatização da empresa de saneamento. O partido contesta a constitucionalidade da lei que autoriza o processo, cuja aprovação aconteceu em dezembro.
A AGU aponta um possível conflito de interesse envolvendo Karla Bertocco Trindade, que estava envolvida nas decisões da Sabesp como presidente do conselho e também fazia parte, recentemente, do conselho de administração da Equatorial (EQLT3) – a única empresa que formalizou uma proposta no processo de privatização.
A Advocacia argumenta que a atuação de Karla em ambas as empresas pode comprometer os princípios de impessoalidade e moralidade.
Na terça-feira (16), o PT, PSOL, Rede, PV e PCdoB acionaram o STF contra o cronograma de privatização da Companhia.
Sabesp (SBSP3): privatização tem R$ 186,8 bi de demanda, com ações a R$ 67
A segunda etapa da oferta de privatização da Sabesp (SBSP3), em que 17% das ações da companhia foram oferecidas, atraiu R$ 186,8 bilhões em ordens. Os papéis foram vendidos a R$ 67 por ação, o que representa aproximadamente 18,5% abaixo do valor em que as ações são negociadas na Bolsa. As informações foram obtidas pelo “Valor”.
Com isso, o pagamento total pela fatia da Sabesp (SBSP3) será de R$ 7,9 bilhões. No total, a oferta deverá ser de R$ 14,8 bilhões, considerando os demais 15% que já foram adquiridos pela Equatorial (EQTL3).
A demanda da oferta atingiu um recorde no país, de acordo com as informações que foram divulgadas por meio de uma fonte que não quis se identificar.