Sabesp (SBSP3): JPMorgan aponta ação a R$ 100 com privatização

Analistas do JPMorgan, no entanto, mantiveram o preço-alvo da ação da Sabesp em R$ 50

A expectativa de uma privatização da Sabesp (SBSP3) renasceu após o resultado do primeiro turno das eleições em São Paulo, que apontaram Tarcísio de Freitas (Republicanos) à frente na corrida pelo governo do estado. O ex-ministro da Infraestrutura de Jair Bolsonaro (PL) promoveu uma agitada agenda de concessões e privatizações do setor no Brasil. Caso uma privatização se concretize, analistas do JPMorgan avaliam que a ação da Sabesp pode valer R$ 100.

Para os analistas do banco, Henrique Peretti e Victor Burke, “existem fundamentos legais e institucionais para viabilizar uma privatização”. Ainda assim, os dois ponderaram, em relatório, que estão céticos quanto ao potencial ‘timing’ e formato do processo.

Desta forma, o JPMorgan manteve o preço-alvo da ação em R$ 50, com recomendação overweight (exposição acima da média do mercado).

Ainda assim, a probabilidade de privatização não foi definida. Para o banco, o evento é visto como binário, influenciado por diversas variáveis em um longo período de tempo.

Para chegar ao valor de R$ 100, os analistas veem um valor adicional de R$ 27 em razão de redução de custos e R$ 23 em menores taxas de desconto e outros. 

O cenário base para a companhia de saneamento paulista também leva em conta a universalização dos serviços até 2035, o que seria antecipado para 2030 no caso de privatização, em razão de uma projeção de aceleração nos investimentos. “A Sabesp já está próxima da universalização e muito à frente do setor”, afirmaram os analistas em relatório.

O JPMorgan também esboçou um cronograma provisório de privatização e concluiu que o processo pode ser finalizado apenas em 2025. Por isso, os analistas alertam que os investidores que apostam nesse cenário precisarão, caso concretizado, suportar muita volatilidade ao longo do caminho. 

Na Sabesp, favoritismo de Tarcísio deve alavancar papel

No primeiro pregão do Ibovespa pós-eleições, na segunda-feira (3), as ações da Sabesp dispararam, fechando com alta de 16,94%. Os papéis da companhia reagiram, justamente, ao resultado das urnas do domingo (2), que apontou uma liderança inesperada – dadas as pesquisas eleitorais – para Tarcísio de Freitas, candidato do Republicanos, à frente de Fernando Haddad, do PT.  Agora, os dois disputam o governo de São Paulo no próximo 30 de outubro, e o resultado promete impactar os papéis e os destinos da estatal, segundo analistas entrevistados pelo BP Money.

Para João Abdouni, analista da Inv, a Sabesp já está precificando uma vitória de Tarcísio e um início de conversas sobre a privatização da empresa. Isso porque o ex-ministro de Infraestrutura do governo de Jair Bolsonaro já sinalizou uma possível privatização da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo, além de ter tido ações privatistas enquanto ministro. 

Por volta das 13h20 (horário de Brasília) desta sexta-feira (21), os papéis da Sabesp (SBSP3) operavam em alta de 2,17%, a R$ 58,08. 

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