O banco Safra revisou as recomendações para as varejistas Magazine Luiza (MGLU3) e Casas Bahia (BHIA3), após incorporar os resultados recentes das empresas e novas premissas.
O Safra elevou a recomendação da Magazine (MGLU) de “neutra” para “compra”, com o preço-alvo de R$ 18,50, justificada pelos bons frutos em relação à geração de caixa da companhia.
“Adotamos uma visão mais construtiva para o case após um 1T24 forte, com melhores margens e geração robusta de caixa. Estamos assumindo que esse equilíbrio mais saudável entre margens operacionais e a geração de caixa resultará em melhores lucros e retornos, o que leva à elevação de recomendação”, disse o banco.
Já o grupo Casas Bahia (BHIA3) teve a sua recomendação reduzida de “compra” para “neutra”, com preço-alvo de R$ 7, devido ao alto nível de alavancagem financeira da empresa, que, segundo o banco, seguirá prejudicando os resultados.
“Reconhecemos os esforços da nova gestão e os resultados iniciais do plano de recuperação com: (i) fechamento de 57 lojas não lucrativas; (ii) migração de 23 categorias de 1P [estoque próprio] para 3P [marketplace]; (iii) reperfilamento da dívida, que reduzirá o desembolso de caixa em R$ 3,1 bilhões até 2026 e (iv) melhoria de capital devido a uma redução de estoque de cerca de 30 dias”, avaliaram os analistas.
Os analistas ressaltaram ainda que Magalu e Casas Bahia têm aumentado significativamente sua participação nas vendas do comércio eletrônico nos últimos anos (de 23% em 2018 para mais de 60% em 2023 para Magalu e de cerca de 15% para 40% para Casas Bahia), o que negativamente impactou suas margens operacionais e fluxo de caixa.
No entanto, esta tendência negativa foi revertida e houve melhora no fluxo de caixa de ambos: Magalu registrou fluxo de caixa operacional nos últimos 12 meses após capex de R$ 1,2 bilhão no 1T24, enquanto Casas Bahia também registrou impressão positiva de R$ 500 milhões nos últimos doze meses.
A expectativa do banco é que o foco das empresas nas margens e na lucratividade sustente esses resultados saudáveis e níveis de geração de caixa.
Safra reiterou preferência pelo Mercado Livre
O Safra reiterou ainda a preferência pelo Mercado Livre, cuja ação é negociada na Nasdaq, com recomendação de “compra” e preço-alvo de US$ 2.130 por ação, ou upside de 24%.
“O Mercado Livre continua sendo nossa principal escolha devido ao seu excelente desempenho. A empresa ainda é a melhor player de comércio eletrônico da categoria na América Latina, combinando números de crescimento excepcionais (GMV, ou volume bruto de mercadorias, entre 2020 e 2023 com crescimento de 29%) com melhor rentabilidade (+480 pontos-base de crescimento da margem Ebit ano a ano em 2023) e um saudável índice de alavancagem (dívida líquida/Ebitda de 1,1 vez)”, avaliou o banco.
Por isso, mantém como a principal opção no setor, pois continua vendo a empresa bem posicionada para consolidar ainda mais o mercado.