A Samarco Mineração anunciou, na sexta-feira (1), a conclusão da reestruturação de uma parcela de sua dívida financeira no contexto do processo de recuperação judicial da empresa. Isso foi realizado por meio da emissão de novos títulos no valor de 3,98 bilhões de dólares, com vencimento em 2031.
Na data de emissão, a Samarco cumpriu obrigações consideradas “significativas” no âmbito do Plano Consensual e do Acordo de Suporte. Isso envolveu o alongamento e a redução substancial da dívida da empresa com credores financeiros internacionais, que passou de aproximadamente 4,8 bilhões de dólares para cerca de 3,7 bilhões de dólares. Esse ajuste foi alcançado por meio do cancelamento e substituição de títulos com vencimentos mais iminentes.
A reestruturação da empresa engloba ainda o aporte de novos recursos na Samarco por parte de suas acionistas, a Vale (VALE3) e a BHP. Esses recursos, direcionados para respaldar a empresa no cumprimento de suas obrigações, refletem o apoio ao Plano Consensual, conforme destacado pela Samarco em comunicado.
“A Samarco confia que essas transações fortalecerão sua estrutura de capital e darão suporte para a viabilidade de seu plano de negócios”, disse.
Por fim, a Samarco reiterou seu foco na retomada gradual e segura das operações, com a meta de alcançar 60% da capacidade produtiva até 2025 e atingir a plena capacidade de 100% até 2028, conforme delineado em seu plano de negócios.
Vale (VALE3) se torna réu em ação bilionária por desastre da Samarco
A Vale (VALE3) se tornou ré, nesta segunda-feira (7), no processo que transita em Londres por causa do rompimento da barragem de Fundão.
Até então, o processo tinha apenas BHP como ré, no entanto, a mineradora havia solicitado à Justiça para que a Vale também fosse responsabilizada na Inglaterra por eventuais penalidades dentro do processo. Vale destacar que, o processo trata-se de uma das maiores ações civis públicas da História, cujo pedido de indenização pode chegar a 36 bilhões de libras.
A barragem de Fundão, em resumo, foi rompida em 2015 e deixou 19 mortos, que pertenciam à Samarco, joint venture entre as duas empresas. Sendo assim, o processo foi movido em Londres por conta da sede anglo-australiana da BHP. Contudo, a companhia pediu que a sócia fosse também incluída no processo, alegando que ela deveria responder por “50% ou mais” do valor da causa.
Nesse sentido, a alegação considera denúncia do Ministério Público brasileiro, que aponta que a Vale também depositou rejeitos na barragem de Fundão entre 2008 e 2015, que correspondiam a 27% de toda a lama depositada no local.
“Sem sua contribuição, ainda que o planejamento fosse impactado pela interferência das obras no reservatório do Dique 1, a cota do reservatório de lama não teria ultrapassado a cota do reservatório arenoso”, diz o documento.