Analistas do banco Banco Santander (SANB11) divulgaram ao mercado sua estimativa para os shoppings centers no Brasil em 2024. Segundo eles, o setor provavelmente apresentará crescimento mais baixo. A análise é comparativa ao ano de 2023, contudo, eles dizem que o desempenho não será necessariamente fraco nas ações.
De acordo com o Santander, para 2024 o crescimento da receita de aluguel do setor de shoppings deve desacelerar em 1,5% ano ano. Em 2023 essa porcentagem foi de 7,3%, sobretudo por causa do efeito que o ajuste da inflação teve sobre os aluguéis nos últimos 12 meses.
A probabilidade é de que esse efeito chegue ao ponto mais baixo no decorrer do primeiro semestre de 2024, levando os aluguéis totais de lojas a uma redução.
Fanny Oreng, Antonio Castrucci e Matheus Meloni, analistas que assinaram o relatório do Santander, destacaram que os operadores de shoppings centers fizeram um bom trabalho nos últimos trimestres, já que o aluguel continuou a subir bem acima da inflação.
“Projetamos tendências semelhantes para 2024 e estimamos que o aluguel médio por metro quadrado para os operadores de shopping centers em nosso universo de cobertura cresça cerca de 4% em relação a 2023”, escreveram eles no documento.
Analistas do Santander avaliam outras ofertas do setor
Mesmo com o crescimento menor, a crença dos analistas é de que o setor segue oferecendo espaço para uma reclassificação mais forte. Isso porque, segundo eles, uma vez que o fundo operacional ajustado (FFO, indicador da situação relativa à renda de um investimento imobiliário) dos shoppings está 59% acima do nível pré-pandêmico e o preço médio das ações dessas empresas está 38% mais baixo que o preço médio de fechamento de 2019.
Além disso, os analistas também enfatizam a continuidade de queda na Selic (taxa básica de juros), que pode ser essencial para impulsionar a reclassificação paras as ações de shopping centers.
Dentre as escolhas apontadas como preferidas pela análise do Santander, estão: Iguatemi (IGTI11), que segue como principal, com preço-alvo elevado de R$ 31 para R$ 34, o banco ainda reiterou recomendação de compra.
Os outros são a Multiplan (MULT3), cujo preço-alvo foi elevado de R$33 para R$ 36, mais a recomendação de compra. E, ao final, a Allos (ALOS3), que teve a recomendação de compra atualizada e também viu seu preço-alvo aumentar de R$ 27,50 para R$ 31.
“Mantemos nossa preferência por operadores de shopping centers com forte resiliência de portfólio e exposição aos limites de renda mais altos da população”, avaliam os analistas.
No relatório o trio responsável também reforçou que o Iguatemi permanece como sua principal escolha devido à sua avaliação excessivamente descontada e ao potencial de crescimento do ebitda acima da média.
E também afirmam promover a Allos para compra, pois estavam incorporando o valor agregado das vendas de ativos, incluindo uma redução de 2,5% no total de ações e menor alavancagem financeira.
A Log Commercial Properties foi outra companhia que teve o preço-alvo elevado pelo Santander, de R$ 22 para R$ 26, porém a classificação permanece neutra.
Enquanto isso, outra empresa do setor, a HBR Realty, foi rebaixada de neutra para venda, com elevação do preço-alvo de R$ 5,40 para R$ 5,50 apenas.