Mesmo com a recuperação recente da moeda brasileira, o Santander (SANB11) acredita que não há muito espaço para que o real se valorize sobre o dólar. Por isso, a projeção do banco para a cotação da moeda foi alterada de R$ 5,30 para R$ 5,40 no fim deste ano, e cresceu também para 2025, de R$ 5,40 para R$ 5,50.
“Apesar do respiro observado nos últimos dias, advindo por expectativas por um provável corte de juros nos EUA em setembro e novas medidas fiscais locais, avaliamos que as incertezas em ambas as searas limitarão o espaço para uma apreciação cambial maior a partir daqui”, consta em relatório do Santander, da equipe chefiada .
Para a equipe liderada pela economista-chefe do banco, Ana Paula Vescovi, a maior probabilidade de corte de juros nos EUA, junto às novas medidas fiscais na linha do Orçamento para 2025, devem limitar o processo de depreciação do real do que realmente impulsionar a moeda brasileira daqui em diante.
“Este início de ciclo de distensão [nos EUA] não deverá eliminar dúvidas quanto à sua magnitude total ou quanto ao ritmo em que será implementado”, afirmam os economistas do Santander.
“Adicionalmente, embora novas medidas fiscais devam ser bem recebidas em um primeiro momento, levará tempo para que os mercados sejam convencidos de que elas serão implementadas de fato no próximo ano”, prosseguiram no documento, de acordo com o “Valor”.
Para a equipe do banco, o balanço de pagamentos está “funcionando como um mecanismo de ajuste contra a depreciação perene da moeda [brasileira]”.
“Os dados têm vindo em linha com as nossas expectativas, e só revisamos as projeções de déficit em transações correntes para 2024 e 2025 pelas mudanças metodológicas na classificação de criptomoedas. Os resultados seguem apontando uma situação sólida na posição externa brasileira’, finalizaram.
Santander (SANB11): lucro líquido é de R$ 3,33 bi, alta anual de 44,3%
O primeiro dos bancões a divulgar os resultados referentes ao segundo trimestre de 2024, o Santander Brasil (SANB11) comunicou um lucro líquido recorrente de R$ 3,332 bilhões, alta anual de 44,3%, apoiado por aumento de empréstimos e das tarifas.
O número foi 4,45% maior frente as expectativas de consenso da LSEG, de R$ 3,19 bilhões. Já o lucro societário foi de R$ 3,247 bilhões.
A receita líquida de juros (NII) subiu 10,6%, para R$ 14,75 bilhões. O ROAE (retorno sobre o patrimônio líquido médio), indicador de lucratividade, atingiu 15,5%, um aumento de 4,3 pontos percentuais.
As despesas líquidas com pPDD (provisões para devedores duvidosos) totalizaram em R$ 5,896 bilhões, com queda de 2,4% frente o 1TRI24 e de 1,4% ante o 2TRI23.
O banco comunicou que fez uma provisão adicional de R$ 1,930 bilhão no segundo trimestre, sem especificar o motivo. Já a carteira de empréstimos consolidada do banco aumentou 7,8%, para R$ 665,59 bilhões.