O banco Santander (SANB11) divulgou o balanço do primeiro trimestre de 2023, na manhã desta terça-feira (25), com uma queda de 46,6% no lucro gerencial, alcançando apenas R$ 2,14 bilhões. Ainda assim, o número ficou maior do que o apontado pelo consenso Refinitiv de R$ 1,83 bilhão, segundo o “Infomoney”.
No entanto, como apontado, na segunda-feira (25), pelo especialista ouvido pelo BPMoney, o advogado Emanuel Pessoa, “o resultado da tesouraria do Santander e as despesas administrativas deverão decepcionar neste primeiro trimestre de 2023 por conta do patamar atual da taxa de juros, em 13,75%, e da alta da inflação”.
O banco informou que o resultado bruto de créditos de liquidação duvidosa totalizou R$ 11 bilhões no primeiro trimestre, aumento de 49,4% no trimestre e 138,5% no ano.Já os créditos de liquidação duvidosa foram de R$ 6,765 bilhões neste último trimestre, queda de 8,1% na comparação trimestral e alta de 46,7% no ano. As receitas de recuperação de créditos baixados para prejuízo aumentaram 35,0% no trimestre e 26,2% no ano, atingindo R$ 934 milhões.
A margem financeira bruta do banco alcançou R$ 13,145 bilhões, número 5,7% menor que o mesmo período do ano passado. Já a margem financeira com clientes cresceu, foi R$ 14,315 bilhões, 3,3% a mais na comparação anual e 3,9% maior que nos três primeiros meses de 2022.
“Começamos 2023 com foco em fortalecer nosso balanço”, afirma o CEO do Santander Brasil, Mario Leão, no informe de resultados. “Nossa seletividade nas concessões, que temos adotado desde o final do quarto trimestre de 2021, prioriza produtos garantidos e consumidores com avaliação de crédito mais alta, permitindo um balanço de maior qualidade”, concluiu.
Na tesouraria, o banco reverteu lucro registrado um ano antes, com perda de R$ 1,170 bilhão, mas ressalta que a perda foi 7,5% menor do que a registrada no quarto trimestre do ano passado.
O Santander encerrou o mês de março com R$ 1,048 trilhão em ativos totais, 9,3% a mais na comparação anual, mas apenas 0,1% a mais que o trimestre anterior. O patrimônio líquido do banco caiu 10,1 p.p (pontos percentuais) em um ano, para 10,6%. No último trimestre do ano passado houve alta de 2,2 p.p. Já o ROAE (retorno sobre patrimônio médio) foi de 10,6% neste trimestre, uma redução de 10,1 pontos percentuais na comparação como mesmo primeiro trimestre de 2022.
Santander (SANB11) pagará R$ 1,5 bi em JCP; veja valor por ação
O conselho de administração do Santander (SANB11) aprovou o pagamento de JCP (Juros sobre Capital Próprio) no valor bruto de R$ 1,5 bilhão, equivalente a R$ 0,192 por ação ordinária, R$ 0,211 por ação preferencial e R$ 0,403 por unit. O pagamento será efetuado em 15 de maio de 2023.
Acionistas na base da companhia até 24 de abril de 2023 receberão os proventos. Assim, em 25 de abril, os papéis irão passar a ser negociados como “ex-JCP”.
Os dividendos do Santander estarão sujeitos à dedução de Imposto de Renda na Fonte de 15%, exceto para os acionistas pessoas jurídicas que estejam dispensados de tributação.