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Saraiva (SLED4): presidente e vice renunciam ao cargo; assembleia é adiada

Assembleia Geral Especial de Acionistas Preferencialistas, marcada para acontecer na última sexta-feira, foi adiada devido à restrição de quórum

A Saraiva (SLED4) comunicou ao mercado, por meio de fato relevante na noite da última sexta-feira (22), a renúncia de Jorge Saraiva Neto, membro do Conselho de Administração da empresa, e de Oscar Pessoa Filho, Diretor Vice-Presidente. 

Ambos alegaram “questões de foro íntimo” como motivo para suas renúncias da Saraiva. Sendo assim, Marta Helena Zeni assumirá os cargos de Diretora Presidente e Diretora de Relações com Investidores, enquanto Gilmar Antonio Pessoa assumirá o cargo de Diretor Vice-Presidente.

Além disso, a Saraiva informou que a Assembleia Geral Especial de Acionistas Preferencialistas, agendada para a última sexta-feira (22), não aconteceu devido à restrição de quórum. Impendindo a votação sobre a deliberação relativa ao critério de conversão da totalidade das ações.

Assembleia Geral Especial de Acionistas

Em suma, a assembleia iria abordar a questão da conversão de ações, que era uma das medidas exigidas pela Justiça. O número de ações preferenciais da empresa havia ultrapassado a proporção máxima de 2/3 devido a uma cláusula prevista em seu processo de recuperação judicial. 

Foi sugerida aos credores uma redução de 80% da dívida, com os 20% restantes sendo convertidos em ações preferenciais. Estas ações conferem prioridade no recebimento de pagamentos, mas não incluem direito a voto. Isso levou a um considerável aumento na quantidade de ações preferenciais em circulação.

Desse modo, a operação era aguardada pelos credores, que esperavam vender as ações ordinárias na tentativa de reaver parte do valor da dívida que tinham com a Saraiva. 

Antes da conversão, a família Saraiva, composta por Jorge Saraiva Neto e Olga Saraiva, possuía uma parcela substancial das ações. No entanto, após essa transformação, antecipa-se que a influência da família no poder de voto diminua de forma significativa, passando de aproximadamente 52% para cerca de 4,7%.

Fechamento da últimas lojas da Saraiva

A Saraiva confirmou, por meio de fato relevante nesta quinta-feira (21), o encerramento das atividades de suas últimas cinco lojas físicas.

O comunicado informa que, com o fechamento dos estabelecimentos, haverá a “a respectiva redução proporcional do quadro de colaboradores, permanecendo a operação, a partir do dia 25 de setembro de 2023, exclusivamente via e-commerce”.

A livraria informa, ainda, que recebeu, nesta quinta, por questões de foro pessoal, o pedido de renúncia de Marcos Guedes Pereira, membro do Conselho de Administração.

A Saraiva detinha, até esta semana, quatro lojas em São Paulo, localizadas na Praça da Sé, Shopping Aricanduva, Jundiaí e Novo Shopping, e uma em Campo Grande (MS).

Em suma, em 2018, a empresa realizou o primeiro movimento de encerramento de operações de lojas. Sendo assim, naquela ocasião, a rede ficou com 84 unidades e com o site. No mês seguinte, a companhia entrou com pedido de recuperação judicial. A dívida revelada naquele momento era de R$ 674 milhões.

No entanto, com o passar dos anos, a Saraiva não conseguiu fôlego, e seguiu reduzindo sua operação física, focando cada vez mais no negócio online.