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Saudi Aramco vê 'boa demanda' de petróleo da China, diz CEO

A Saudi Aramco vem ajustando sua produção de acordo com as metas determinadas pelo governo saudita, segundo o CEO

Foto: Freepik
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A Saudi Aramco continua observando uma “boa demanda” de petróleo da China e da Índia, com a maior parte do crescimento do mercado vindo da Ásia, segundo o CEO da empresa, Amin Nasser.

As perspectivas para o mercado do petróleo este ano foram abordadas pelo executivo em entrevista à “Bloomberg”. Além disso, Nasser também comentou sobre o impacto das sanções dos EUA sobre os petroleiros russos e o papel da Aramco em atender à demanda global.

“Estamos vendo ainda a maior parte do crescimento vindo da Ásia, particularmente da China e da Índia”, afirmou Nasser.

“No caso da China, há um crescimento expressivo mesmo com o avanço dos veículos elétricos. Isso se deve à necessidade de petróleo como matéria-prima para painéis solares, fibras de carbono e outros materiais essenciais para a transição energética”, acrescentou.

A Saudi Aramco vem ajustando sua produção de acordo com as metas determinadas pelo Ministério de Energia da Arábia Saudita, segundo o CEO. Ele afirmou que o órgão busca equilibrar o mercado global de petróleo. 

“Temos uma capacidade excedente que pode ser ativada rapidamente dependendo das necessidades do mercado”, destacou o executivo da Saudi Aramco.

Sobre as sanções dos EUA que afetam os petroleiros russos, Nasser afirmou que o impacto ainda está em estágio inicial. “Aguardaremos para ver como isso se traduzirá em uma possível restrição no mercado.”

Saudi Aramco vive dilema com dividendos e aumento de dívida

Uma decisão importante se apresenta para a Saudi Aramco no início de 2025: cortar seu dividendo trimestral de R$ 179 bilhões (US$ 31 bilhões) – agravando, assim, o déficit orçamentário do reino saudita – ou continuar se endividando para manter o pagamento.

A empresa é a maior exportadora de petróleo do mundo e uma peça-chave no sistema financeiro saudita, pois seus negócios e pagamentos expressivos ajudam no financiamento  dos planos de gastos trilionários do príncipe herdeiro Mohammed Bin Salman, segundo a “Bloomberg”.

Ao passo que os preços do petróleo seguem contidos, o orçamento do reino está sendo pressionado. Em paralelo a isso, a produção se mantém perto dos níveis mais baixos em três anos.

O balanço patrimonial da Saudi Aramco também está diante de uma pressão crescente por conta dessa dependência, uma vez que está distribuindo mais do que está ganhando, deixando a empresa com uma dívida líquida no 3º trimestre do ano. 

Anteriormente, há apenas 1 ano, a empresa tinha mais de R$ 156 bilhões (US$ 27 bilhões) em caixa líquido, segundo o veículo de notícias.

A Saudi Aramco já vendeu cerca de US$ 8 bilhões em títulos em dólares em 2020, na época a pandemia de Covid-19 estava fazendo os preços do petróleo caírem, e outros US$ 6 bilhões foram vendidos no ano seguinte.