Selic: Queda de juros barateia pouco crédito e prestações

De acordo com a Anefec, a taxa média de juros para indivíduos diminuirá de 126,23% para 125,22% ao ano, enquanto para empresas, a média cairá de 62,21% para 61,46% ao ano

A redução da taxa Selic para 13,25% ao ano, anunciada ao mercado pelo Banco Central (BC) nesta quarta-feira (2), irá baratear pouco o crédito e as prestações, de acordo com a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). 

Nesse sentido, devido à notável disparidade entre a taxa Selic e os juros de prazos mais longos, o impacto total do relaxamento monetário será atenuado para novos tomadores de empréstimos.

Segundo os estudos da Anefac, a taxa média de juros para indivíduos diminuirá de 126,23% para 125,22% ao ano, enquanto para empresas, a média cairá de 62,21% para 61,46% ao ano. A Selic foi reduzida de 13,75% para 13,25% ao ano.

Financiamento e crédito

Ao financiar uma geladeira de R$ 1,5 mil em 12 parcelas, cada prestação será R$ 0,81 menor, resultando em uma economia total de R$ 9,73 com a nova taxa Selic. Para clientes que utilizam o cheque especial com um valor de R$ 1 mil por 20 dias, a redução será de R$ 0,27.

Na utilização de R$ 3 mil do rotativo do cartão de crédito por 30 dias, o cliente gastará R$ 1,20 a menos. Um empréstimo pessoal de R$ 5 mil por 12 meses cobrará R$ 1,24 a menos por prestação e R$ 14,89 a menos após o pagamento da última parcela.

Um empréstimo de R$ 3 mil em 12 meses numa financeira sairá R$ 0,41 mais barato por prestação e R$ 4,87 mais barato no total. No financiamento de um automóvel de R$ 40 mil por 60 meses, o comprador pagará R$ 11,32 a menos por parcela e R$ 679,10 a menos no total da operação.

Em relação às pessoas jurídicas, as empresas pagarão R$ 62,64 a menos por um empréstimo de capital de giro de R$ 50 mil por 90 dias, R$ 24,98 a menos pelo desconto de R$ 20 mil em duplicatas por 90 dias e R$ 2,67 a menos pela utilização de conta garantida no valor de R$ 10 mil por 20 dias.

Poupança

Além disso, Anefac simulou o impacto da nova taxa Selic sobre os rendimentos da poupança. Com a taxa de 13,25% ao ano, a caderneta só rende mais que os fundos de investimento quando o prazo da aplicação é curto e a taxa de administração cobrada pelos fundos é alta.

De acordo com as simulações, a caderneta de poupança supera a rentabilidade dos fundos somente em dois cenários: quando o investimento é feito por até dois anos, em comparação com fundos com taxa de 3% ao ano, e quando o período de aplicação não excede seis meses, em relação a fundos com taxa de administração de 2,5% ao ano.

Quando confrontada com fundos que possuem taxa de administração de 2,5% ao ano, a poupança oferece o mesmo rendimento durante o período de seis meses a um ano.

Apesar da incidência de Imposto de Renda e da taxa de administração nos fundos, estes ainda mantêm vantagem. Isso acontece porque a poupança, mesmo isenta de impostos, proporciona um rendimento de apenas 6,17% ao ano (equivalente a 0,5% ao mês), acrescido da Taxa Referencial (TR), a qual aumenta quando a Selic é elevada. Essa taxa de rendimento da poupança é aplicada quando a Selic supera 8,5% ao ano, o que tem sido o caso desde dezembro de 2021.