Mercado

Sequoia (SEQL3) dá calote em aluguel e reduz dividendo de FII

O fundo promete tomar todas as medidas cabíveis em decorrência da inadimplência e sinaliza que cobrará multa e os encargos previstos no contrato de locação

O FII VBI Logístico (LVBI11) comunicou ao mercado que não recebeu o pagamento do aluguel referente ao mês de agosto, com vencimento em setembro, por parte da Sequoia Logística e Transportes (SEQL3), empresa locatária que ocupa uma parte do galpão pertencente à carteira do fundo, localizado em Extrema (MG).

De acordo com a gestão, a pendência resultou em uma redução de cerca de R$ 0,04 por cota na próxima distribuição de dividendos. Para o mês de outubro, a carteira está programada para distribuir R$ 0,79 por cota, o que equivale a uma taxa de retorno com dividendos de 0,67%.

“A administradora esclarece que o fundo irá tomar todas as medidas cabíveis em decorrência da inadimplência e que cobrará multa e os encargos devidos, conforme previsto nos respectivos contratos de locação”, aponta fato relevante divulgado pelo LVBI11.

Em setembro, a Sequoia aprovou a realização da 4ª emissão de debêntures conversíveis em ações, com um montante total de R$ 400 milhões. Esses recursos serão direcionados de forma exclusiva para quitar as despesas relacionadas ao frete e aos fornecedores da empresa.

Gestora bilionária compra ações da Sequoia

Sequoia (SEQL3) comunicou ao mercado nesta quinta-feira (28), que a Reag Investimentos, gestora que detém 300 fundos sob gestão e mais de R$ 70 bilhões em patrimônio líquido, elevou participação acionária na companhia para 5,16%.

Sendo assim, a gestora bilionária agora detém 10,6 milhões de ações da Sequoia. “Adicionalmente, até o presente momento, essa é a participação visada, e que o objetivo da participação é a rentabilização do patrimônio dos fundos”, destaca.

Sequoia, ação de centavos

Em resumo, a Sequoia disparou após abrir capital na Bolsa de Valores, em outubro de 2020. A ação já chegou a bater em R$ 30 em meio ao boom do e-commerce na pandemia. A empresa, que atua em logística de entregas, era apontada como uma das ganhadoras do processo.

No entanto, o aumento da taxa básica de juros (Selic) e a redução do nível de consumo tiveram um impacto significativo sobre o desempenho da ação, fazendo com que seu valor fosse drasticamente reduzido. 

Nesta quinta-feira, o preço da ação encerrou as negociações a R$ 0,53. Ao longo do ano, a ação sofreu uma desvalorização de 81%.

No mês passado, a agência de classificação de risco S&P rebaixou a avaliação de crédito da Sequoia de “A” para “CC” na escala nacional, um nível próximo ao “D”, que indica risco de inadimplência. “Isso, somado a atrasos nos processos de vendas de ativos, levou a uma forte pressão de liquidez para a empresa”, discorre.

Para a agência, há risco iminente de não pagamento de juros de debêntures nos próximos meses.

Sequoia convocou uma assembleia geral de debenturistas para o dia 11 de setembro, solicitando, entre outros pedidos, um perdão temporário (waiver) para não pagamento dos juros devidos nos próximos 5 meses (entre setembro de 2023 e janeiro de 2024), somando cerca de R$ 20 milhões.

  

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