Em manhã de apagão em todo o Brasil, as empresas do setor de energia listadas na Bolsa de Valores, em sua maioria, operam em alta, nesta terça-feira (15), para a surpresa do mercado.
O Brasil enfrenta um apagão, nesta terça-feira (15), que afetou todas as suas regiões. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), informou que uma incidência na rede de operação do Sistema Interligado Nacional (SIN) resultou na interrupção de 16 mil megawatts (MW) de carga em estados localizados nas regiões Norte, Nordeste e Sudeste.
A Vibra Energia (VBBR3), por exemplo, lidera os ganhos do setor com alta de 6,61%, a R$ 17,43, por volta das 11h25 (horário de Brasília). No entanto, IEEX, índice que reúne os papéis do segmento de energia, cai 0,90%.
As ações da Light (LIGT3) acumulam altas de 4,07%, cotadas a R$ 6,91. Os papéis da Energisa (ENGI11), por sua vez, operam em alta 0,30%, cotado a R$ 49,20.
Na contramão do desempenho do setor de eletricidade na bolsa de valores, nesta terça-feira (15), as ações da Eneva (ENEV3) operam em queda de 0,46%, cotadas a R$ 12,93 e os papéis de Taesa (TAEE11) caem 0,03% , cotados a R$ 34,11.
Vale destacar que, na noite desta segunda-feira (14), algumas empresas do setor de energia listadas na Bolsa, bem como a Vibra Energia, divulgaram seus resultados do segundo trimestre de 2023 (2T23), o que pode ser um fator para as altas.
Vibra Energia no 2T23
A Vibra Energia (VBBR3), comunicou ao mercado na noite desta segunda-feira (14), os resultados do segundo trimestre de 2023 (2T23). A companhia reportou um lucro líquido de R$ 133 milhões, uma queda de 81,2% ante o mesmo período do ano passado.
A receita líquida da Vibra Energia, somou R$ 37,36 bilhões entre abril e junho deste ano, o que representa uma queda de 21% frente ao mesmo período do ano passado.
O Ebitda (lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização) da companhia foi de R$ 910 milhões no segundo trimestre deste ano, uma queda de 43,1% em relação ao 2T22. A margem Ebitda (Ebitda sobre receita) ajustada em reais por metro cúbico atingiu 101 entre abril e junho, queda anual de 41,9%.
Conforme apontado pela Vibra, o segundo trimestre se desenrolou em um cenário desafiador, impulsionado pela acentuada entrada de diesel de origem russa, substituindo essa molécula originada no golfo americano, principal origem de produto importado no mercado brasileiro, devido ao forte desconto de preço do produto Russo.
Durante esse período, o volume de diesel importado para o Brasil totalizou aproximadamente 3,5 milhões de metros cúbicos. Nesse cenário, o produto russo ocupou cerca de 55% desse volume, demonstrando sua crescente representatividade no mercado nacional.
“A Vibra optou por não importar o produto ao longo do trimestre, pois focamos em reforçar nosso posicionamento de sourcing na molécula nacional e, com isso, priorizamos nossa rede embandeirada, nossos clientes contratados e operações que melhoram a rentabilidade da companhia. Dessa forma, tivemos uma redução em nossos volumes totais de -3,2% na comparação trimestral, ciclo otto (-4,1%), Coque (-38,6%), óleo combustível (- 4,4%) e diesel (-1,4%), sendo compensado parcialmente pelas vendas de lubrificantes (+3,0%)”, aponta a companhia em relatório.