O juiz federal Nivaldo Brunoni, da 23ª Vara Federal de Curitiba, concedeu nesta segunda-feira (3), a liberdade provisória para Francisley Valdevino da Silva, conhecido como o “Sheik das Criptomoedas”.
Vale lembrar que o Sheik das Criptomoedas estava preso preventivamente desde novembro de 2022 na Casa de Custódia de São José dos Pinhais, na região metropolitana da capital paranaense. Valdevino é suspeito de chefiar um golpe com criptoativos que teria movimentado ilegalmente R$ 4 bilhões.
Na decisão, o juiz afirmou que a prisão preventiva foi decretada na época para garantir a ordem pública. Entretanto, destacou que não há no momento possíveis prejuízos decorrentes da concessão de liberdade. Além disso, o juiz afirmou que os prazos estabelecidos por lei já passaram.
“Portanto, diante do prazo até então transcorrido e por não perdurar a circunstância da temporalidade, entendo que a prisão preventiva deixou de ser imprescindível para a garantia da ordem pública”.
Condições da liberdade provisória
Desse modo, a alvará de soltura, o magistrado estabeleceu que o Sheik das Criptomoedas está proibido de sair de Curitiba e não deve ficar fora da sua residência por mais de oito dias sem comunicar o Juízo Federal. Sendo assim, qualquer alteração de endereço deve ser comunicada.
Além disso, Valdevino está proibido de frequentar as empresas integrantes do grupo econômico investigado e suspenso de exercer atividade de natureza financeira, “diante do fundado receio de sua utilização para a prática de infrações penais”, escreveu o juiz.
Ainda segundo o juiz, Valdevino não pode manter contato com quaisquer dos investigados, testemunhas relacionadas aos fatos em apuração e supostas vítimas. Ele ainda deve comparecer perante a autoridade todas as vezes que for intimado e foi proibido de deixar o país, tendo o passaporte retido.
Relembre o caso
Em 2016, Francisley Valdevino começou a construir um falso império cripto formado por centenas de empresas. Anteriormente, Valdevino trabalhava como vendedor de aquários e também foi empresário do ramo de marketing multinível.
Sendo assim, para atrair suas vítimas, o Sheik das Criptomoedas, como ficou conhecido, prometia pagar rendimentos de até 13,5% ao mês em um suposto negócio de locação de ativos digitais. Algo fora do comum no mercado cripto, conhecido por sua volatilidade extrema. Outros golpes, como Braiscompany e GAS Consultoria, tinham modelos semelhantes.
O negócio do Sheik das Criptomoedas começou a ruir no ano passado, a partir do momento em que ele deixou de cumprir promessas feitas aos clientes.