'Nacionalização' da Shein

Shein e Coteminas (CTMN4): acordo anunciado em 2023 não saiu do papel

O acordo previa que 2 mil confecções, clientes da Coteminas, passariam a ser fornecedoras da Shein para atender o Brasil e a América Latina

Indústria Têxtil
Foto: Divulgação

O acordo entre Shein e Coteminas (CTMN4) para maior “nacionalização” da chinesa, anunciado pelo governo federal em abril de 2023, não saiu do papel, disse o jornal Valor Econômico.

Fabrincantes locais de têxtis, apresentadas como as primeiras parceiras do projeto, disseram ao Valor que as negociações pararam em setembro e outubro do ano passado.

“Isso [o acordo] nem começou. Estamos na mesma situação em que estávamos […] Mandamos as amostras para as empresas, elas até foram aprovadas na China, tínhamos uma expectativa, mas em outubro nos falaram que os custos para produção no Estado eram altos e não valia a pena ir adiante”, disse Ronaldo Lacerda, sócio-diretor da Cabugi Confecções, de Tangará (RN), localizada no semiárido nordestino.

Segundo memorando assinado entre as companhias em junho de 2023, duas mil confecções que são clientes da Coteminas passariam a ser fornecedoras da Shein para atender o Brasil e a América Latina.

Em resposta ao Valor, a Coteminas disse que etapas do plano não foram concluídas, mas ainda buscará retomar o projeto. A secretaria de desenvolvimento econômico do Rio Grande do Norte confirmou que o plano não avançou como o previsto, mas que trabalha para que volte a ganhar força. A Shein decidiu não comentar.

As empresas ouvidas pelas reportagem citaram ainda a piora da crise financeira da Coteminas, que entrou em recuperação judicial em maio deste ano, com uma dívida líquida de R$ 672,5 milhões, referente ao balanço do início de 2023.

Ao firmar a parceria com a Shein, o acordo incluiu um empréstimo de US$ 20 milhões para as operações da Santanense, companhia de tecidos que integra o grupo.

Shein apresentou documentos confidenciais para IPO em Londres

A varejista Shein apresentou documentos confidenciais ao Reino Unido para tentar fazer um IPO (oferta pública inicial), disseram fontes à Bloomberg.

O momento de uma oferta pública inicial, que provavelmente seria a maior de Londres em mais de uma década, não ficou imediatamente claro, já que Shein ainda aguarda a aprovação do regulador de valores mobiliários chinês, disseram.

Um IPO poderia avaliar a gigante do fast fashion em cerca de £ 50 bilhões (US$ 63,3 bilhões), informou a Bloomberg.

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