Crescimento da receita

Shein eleva preços em mais de um terço com IPO no foco

Os aumentos superaram os de suas rivais H&M e Zara, segundo dados da EDITED, que comparou os preços em 1º de junho com os de um ano antes

Shein
Foto: Divulgação

A varejista chinesa Shein elevou o preço de seus produtos principais em mais de um terço, em movimento que provavelmente levará ao aumento da receita antes da abertura do IPO (oferta pública inicial).

Os aumentos da Shein superaram os de suas rivais H&M e Zara, segundo dados da empresa de pesquisa EDITED, sediada em Londres, que comparou os preços em 1º de junho com os de um ano antes. A chinesa não quis comentar.

Embora a Shein não divulgue dados financeiros publicamente, a Coresight Research estima que a receita da varejista chegará a US$ 50 bilhões este ano, um salto de 55% em relação ao ano passado.

Shein: movimentação pré-IPO tem obstáculos na Europa

Ao passo que a varejista de e-commerce Shein intensifica as tratativas pré-IPO no Reino Unido, a resistência cresce por parte do setor e de parlamentares na zona do euro.

Enquanto cidadãos de 27 países votavam nas eleições da União Europeia, os fabricantes da indústria têxtil e de vestuário apelaram esta semana para os futuros líderes políticos. Os comerciantes querem proteção às empresas no setor contra produtos de baixo custo que são “despejados” no mercado, como os produtos de fast-fashion da Shein.

Com a política industrial sendo uma questão fundamental nas eleições, os fabricantes de vestuário, varejistas e empresas de comércio eletrônico estão tentando colocar o tema em pauta. O esforço está sendo similar ao utilizado pela UE sobre o excesso de capacidade chinesa em veículos elétricos.

As pequenas e médias empresas representam 99% das companhias do setor, o que deixa o segmento da região vulnerável à concorrência global, sinalizaram os grupos industriais em um comunicado conjunto.

A associação de comércio eletrônico da Polônia declarou em um relatório que os subsídios estatais chineses estão dando aos marketplaces online, como a Shein, uma vantagem injusta sobre as rivais locais.

“Não há verdade na alegação de que os subsídios estatais chineses ajudam a apoiar os negócios da Shein e a sua expansão em todo o mundo”, contra-argumentou o porta-voz da Shein, de acordo com o “InfoMoney”.

A maior parte dos produtos da Shein é oriunda de fábricas no sul da China, mas a companhia vem construindo uma base de fornecedores no Brasil e na Turquia.

“Esperamos que os nossos parceiros da cadeia de abastecimento turca nos apoiem cada vez mais no atendimento ao mercado europeu”, acrescentou o porta-voz.