A Shein, gigante asiática de e-commerce, irá construir uma fábrica no Brasil e quer gerar100 mil empregos. A informação é da jornalista Míriam Leitão, do jornal “O Globo”.
A notícia é positiva para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), após ter que recuar do anúncio do fim da isenção tributária para importação de bens de pequeno valor de outros países.
Antes, a Fazenda queria acabar com a regra que isenta de impostos as remessas internacionais com valor inferior a US$ 50, benefício exclusivo para pessoas físicas. A medida prometia combater a sonegação de impostos de plataformas digitais, como a Shein, Shopee e AliExpress. No entanto, a medida teve repercussão negativa para o governo.
“Caso entrasse em vigor, o consumidor final seria prejudicado, pois quem vende nos marketplaces sem estoque, apenas redireciona o pedido para um fabricante na China. E, com certeza, os “dropshipping” iriam repassar qualquer adicional ao cliente”, explicou Rafael Henriques, especialista em vendas e lojas on-line e diretor da assessoria de marketing Mamba Digital.
Em entrevista concedida nesta quinta-feira, Haddad afirmou que se reuniu pela manhã com a plataforma e disse que a Shein pretende nacionalizar 85% dos produtos vendidos na plataforma no prazo de quatro anos.
“Eles pretendem em quatro anos nacionalizar 85% de suas vendas, da seguinte forma: os produtos serão feitos no Brasil. Eles próprios vão dar os números de investimentos. É muito importante que eles vejam o Brasil não só como mercado consumidor, mas como uma economia de produção”, relatou Haddad sobre a Shein.
Shein vai inaugurar seu primeiro escritório no Brasil
Nesta semana, a Shein também anunciou que irá inaugurar o seu primeiro escritório em solo brasileiro. O local fica em São Paulo, na Avenida Brigadeiro Faria Lima. A empresa espera consolidar a operação local e reforçar a atuação no mercado no Brasil.
O anúncio da Shein vem no momento em que ocorreu a polêmica da taxação de imposto nas encomendas enviadas por pessoas físicas que custam até US$ 50, que pode impactar a varejista.
“Ter um endereço para chamar de nosso é algo muito simbólico para uma marca global que vem trabalhando ativamente para consolidar sua operação localmente. Estabelecer um escritório que possa abrigar nosso time é mais um passo dentro da nossa estratégia que busca fortalecer e cada vez mais ampliar nossa atuação no país”, explica Felipe Feistler, General Manager da Shein no Brasil.