A Shell (SHEL) revelou, em seu relatório anual, divulgado nesta quarta-feira (14), que a demanda global por gás natural liquefeito (GNL) deverá aumentar em mais de 50% até 2040. Esse crescimento é impulsionado pelo uso crescente do combustível por parte da China e dos países do sul e sudeste da Ásia para sustentar seu desenvolvimento econômico.
De acordo com a Shell, a maior comerciante de GNL do mundo, o comércio global de GNL registrou um aumento de 1,8%, atingindo 404 milhões de toneladas em 2023.
Também foi observado pela empresa que, os preços do GNL e sua volatilidade estavam acima das médias históricas, o que estava impactando o crescimento econômico. Além disso, destacou que o mercado ainda estava “estruturalmente equilibrado” devido à diminuição dos suprimentos russos para a Europa após a guerra na Ucrânia e ao crescimento limitado da oferta.
Apesar da demanda por gás natural ter atingido o pico em algumas regiões, o crescimento global persiste e é esperado que alcance cerca de 625 a 685 milhões de toneladas por ano até 2040, conforme as últimas estimativas do setor, conforme indicado no relatório.
Demanda global de GNL
“É provável que a China domine o crescimento da demanda de GNL nesta década, à medida que sua indústria busca reduzir as emissões de carbono mudando do carvão para o gás”, disse Steve Hill, vice-presidente executivo da Shell Energy.
“Com o setor de aço baseado em carvão da China sendo responsável por mais emissões do que o total de emissões do Reino Unido, Alemanha e Turquia juntos, o gás tem um papel essencial a desempenhar no combate a uma das maiores fontes mundiais de emissões de carbono e poluição atmosférica local”, acrescentou.
De acordo com o relatório, a China, que em 2023 superou o Japão e retomou o título de maior importador de GNL do mundo, deverá continuar impulsionando a demanda global pelo gás.
As projeções do ICIS e da Rystad indicam que as importações de GNL da China devem alcançar quase 80 milhões de toneladas em 2024, um aumento em relação às cerca de 70 milhões de toneladas registradas em 2023. Esse volume superaria o recorde de 78,79 milhões de toneladas estabelecido em 2021.
Nos próximos anos, é previsto um declínio na produção doméstica de gás em certas regiões do sul da Ásia e do Sudeste Asiático. Isso pode resultar em um aumento na demanda por GNL, pois essas economias necessitam de combustível para alimentar usinas elétricas movidas a gás e para suas indústrias.