A situação da SideWalk reflete o panorama atual do varejo brasileiro. No início desta semana, a marca de roupas e calçados solicitou recuperação judicial, alegando uma dívida de R$ 25,5 milhões. Com essa medida, a empresa se alinha a outras do setor que também enfrentam desafios financeiros.
A lista inclui empresas como Coteminas (que controla as marcas MMartan e Artex), Polishop, Grupo Petrópolis, SouthRock (responsável pelas operações das marcas Starbucks, Eataly e Subway no Brasil), Grupo Casas Bahia, Dia, além da Americanas (AMER3) – cuja crise é agravada por alegações de fraude.
No pedido de recuperação judicial, a SideWalk justificou suas dificuldades com o baixo desempenho das vendas durante a pandemia, o aumento dos custos de aluguel em shoppings, as mudanças climáticas e o crescimento dos gastos dos consumidores com apostas online, conhecidas como “bets”.
Com dificuldades para se destacar no e-commerce e enfrentando um público cada vez mais envelhecido, a SideWalk observou uma perda de relevância nos últimos anos em comparação com marketplaces e outras empresas de vestuário.
A marca de calçados não divulga informações financeiras detalhadas, mas informou na petição inicial que registrou uma redução de 15% nas vendas. O pedido de recuperação judicial abrange 21 lojas, além de outras 12 que estão em fase de fechamento. O processo não inclui as 20 lojas franqueadas.
Varejistas em crise
A SideWalk não é a única marca de vestuário a enfrentar dificuldades neste ano. O Grupo Soma (SOMA3) registrou uma queda de 63,7% em seu lucro líquido no primeiro trimestre, que totalizou R$ 21,3 milhões.
Os resultados do segundo trimestre ainda não foram divulgados. No início do ano, o Grupo Soma se fundiu com a Arezzo&Co, criando a nova entidade Azzas 2154.
“Os varejos que dependem da captação de crédito estão sofrendo porque a expectativa que se criou para uma queda na taxa de juros não se cumpriu”, diz Tozzi. “O varejo é um negócio de capital intensivo em que você precisa de resultados bons para alavancar a receita e cobrir o endividamento.”
SideWalk pede recuperação judicial com dívida milionária
A marca de roupas SideWalk solicitou recuperação judicial na segunda-feira (5), para enfrentar dívidas estimadas em R$ 25,5 milhões.
De acordo com o grupo, a pandemia de Covid-19, os altos preços dos aluguéis em shoppings e as mudanças climáticas foram os principais fatores que contribuíram para a crise da rede, cuja maior parte das coleções é voltada para a moda de inverno.
O processo está tramitando na 3ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais da Comarca de São Paulo (SP). O Estadão/Broadcast apurou que o grupo tentou negociar uma recuperação extrajudicial com os credores, mas não conseguiu chegar a um acordo.