As ações da Simpar (SIMH3) avançavam 10,05% nesta quarta-feira (20), cotadas a R$ 4,49, após a holding anunciar a venda da controlada Ciclus Ambiental por R$ 1,9 bilhão.
Segundo cálculos do JPMorgan, a transação implica múltiplos de 9,8 vezes EV/EBITDA nos últimos 12 meses e 7,7 vezes projetado para os 12 meses à frente, acima dos 3,8x da própria Simpar e 8,3x dos pares globais do setor de gestão de resíduos.
O banco avalia a operação como positiva, permitindo reduzir a alavancagem da holding, que tinha dívida líquida de R$ 3,0 bilhões no 2T25, e destravar valor de subsidiárias não listadas.
A Ciclus Rio representa cerca de 75% do EBITDA da Ciclus, enquanto a Ciclus Amazônia responde por 25%.
A venda da Rio não surpreende, já que a gestão havia sinalizado discussões sobre reestruturação do portfólio; negociações para a Ciclus Amazônia em Belém (PA) seguem ativas.
O JPMorgan reiterou recomendação overweight com preço-alvo de R$ 8,50. O Bradesco BBI também classificou a transação como positiva, destacando múltiplo de 9,8x EV/EBITDA LTM, bem acima dos 4,5x da Simpar.
O BBI aponta que a operação levantou valor patrimonial equivalente a cerca de 30% do mercado da Simpar, com EBITDA relativamente pequeno da Ciclus Rio (aprox. 2% do EBITDA LTM).
A transação deve reduzir a dívida líquida da holding em 37%, aliviando a alavancagem elevada.
O banco ressalta que outros ativos da Simpar podem ser reciclados futuramente, como ativos portuários.
Com projeções de EBITDA entre R$ 325 milhões e R$ 400 milhões para 2028, e dívida líquida entre R$ 425 milhões e R$ 475 milhões, aplicando múltiplo de 6x EV/EBITDA, o valor desses ativos poderia alcançar entre R$ 1,5 bilhão e R$ 1,9 bilhão.
O BBI reiterou recomendação outperform, com preço-alvo de R$ 10,00, destacando que a companhia segue no caminho da desalavancagem.