Para SNAG11, fiagro da Suno, queda da Selic deverá acelerar agronegócio

Com mais de 10 mil cotistas, o SNAG11 foi listado na B3 em agosto deste ano

A chegada do fim do ciclo de alta da taxa básica de juros (Selic) pode trazer uma expansão macro que irá beneficiar o SNAG11, mais novo fundo de agronegócio estruturado pela Suno Asset, em parceria com a Boa Safra (SOJA3), segundo Amanda Coura, head de produtos estruturados da Suno Asset. Para ela, uma queda no juros brasileiro beneficiaria tanto a economia e o agronegócio, como o Fiagro da Suno.

“É mais positivo ainda se essa taxa de juros começar a cair, porque isso quer dizer que os riscos no Brasil começam a diminuir e o acesso a crédito fica mais barato. Com isso, a gente sai de um cenário de contração para expansão”, apontou Coura em entrevista ao BP Money. 

Ainda assim, segundo ela, o juro alto corrige mais a carteira do fundo, uma vez que a é majoritariamente exposta ao CDI+, gerando mais rendimentos.

“Porém, pensando no futuro, a gente vai fazendo novos investimentos no fundo, com taxas altas, que não precisem só dessa variação do CDI. E com o CDI caindo, a longo prazo, começa a destravar o valor em várias frentes da economia, que impactam o agronegócio também”, comentou. 

De acordo com Coura, o ciclo de juro ter sido interrompido é um bom cenário na economia, em geral, e no agronegócio, uma vez que quer dizer que os aumentos do Banco Central já foram suficientes para começar a controlar, principalmente, a inflação no cenário interno. “Para a economia é muito positivo, porque aponta que daqui para frente deve haver uma melhora na inflação e no poder de compra do consumidor”. 

“Todo brasileiro tem uma noção da importância do agronegócio no cenário nacional”, opinou Coura. Segundo ela, o grande peso do setor no Produto Interno Bruto (PIB) e o consequente impacto na geração de riqueza do País são alguns dos fatores que fizeram a Suno a buscar espaço no mercado. 

“Ainda, o Brasil é um mercado que alimenta o mundo pelas suas exportações, e que também exporta muita matéria prima para a parte de desenvolvimento. Então, temos um posicionamento muito forte no agro, nacionalmente como internacionalmente”, explicou.

Mas, o cenário é ainda mais promissor, segundo Coura, nos próximos anos. De acordo com ela, o segmento só vem crescendo ano após ano, e um dos motivos é a entrada da tecnologia no campo. “Antes, o agronegócio crescia por valorização de terra, plantios, culturas, proteínas, e agora existe uma onda de tecnologia, que deixa o agro mais produtivo e eficiente”. 

SNAG11 briga por lugar ao sol

Nesse cenário, o SNAG11 quer brigar por um “lugar ao sol” entre os maiores Fiagros do mercado. Com menos de dois meses de listagem na B3, a Bolsa brasileira, o fundo já tem um patrimônio de R$ 150 milhões e somou mais de 10 mil cotistas um mês depois do IPO. Ainda assim, atualmente, o Fiagro possui pouco mais de sete mil cotistas ativos. 

Oferecendo rentabilidade de CDI +3% e IPCA +8%, o fundo tem uma liquidez média diária de quase R$ 2 milhões. Por ser muito líquido, Coura explica que é um fundo mais acessível para quem quer comprar cotas. Com isso, a ideia para o final do ano, como apontou Coura, é que o SNAG11 continue crescendo o patrimônio, diversificando a locação e aumentando a sua base de cotistas. 

Em outubro, o Fiagro pagará dividendos dobrados, em relação a setembro, que pagou R$ 0,60 por cota. Dessa forma, o último rendimento do SNAG11 bateu o valor de R$ 1,20.

Com o intuito de explorar atividades imobiliárias e de produção do setor, o SNAG11 estreou na B3 no dia 8 de agosto deste ano, dando início à caminhada da Suno no segmento de agronegócio.

Os investimentos em Fiagros

Segundo Coura, quando o investidor olha para um cenário tão promissor, quer também fazer parte, mas os Fiagros se tornaram uma opção apenas ano passado.

“Antes, o investidor podia comprar ações, produtos de bancos, ou alguns produtos privados, mas que tinham um investimento muito alto. Eram opções não muito acessíveis ou pouco diversificadas”, relembrou. 

Com as regulamentações da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) em 2021, os Fiagros passaram a funcionar, basicamente, como um fundo de investimento imobiliário (FII). “Agora, funcionam de maneira ampla no segmento, são fundos com investimento inicial bem acessível, variando de R$ 10 a R$ 100, pagam rendimentos em constância mensal ou trimestral, na maioria das vezes, e para a pessoa física é isento de imposto de renda. Tudo isso instiga o investidor”, explicou. 

Dessa forma, segundo Coura, existe um produto muito acessível para o investidor, com uma gestão especializada e diversificado, já que investe em vários tipos e ativos. Atualmente,  24 Fiagros são listados na B3, com um patrimônio que supera os R$ 4 bilhões. 

Até então, no Brasil, existem três tipos de Fiagros. Os primeiros, chamados FIAgro-FIDC, são voltados para a agroindústria que aplica em direitos creditórios. Os FIAgro-FIP são fundos de investimento em participações em sociedade. Por último, os FIAgro-FII são voltados para ativos imobiliários e títulos.

O SNAG11, segundo sua política de investimento, pode investir em certificados de recebíveis, letras de crédito, imóveis rurais, sociedades que explorem atividades da cadeia do setor, CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) e cotas de fundos que estejam relacionados ao agronegócio.

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