A alta da raxa Selic e o baixo crescimento no Brasil contribuem para que a bolsa, talvez, não seja o melhor ativo para se carregar ao longo de 2022, de acordo com o sócio-fundador da Ace Capital, Fabricio Tascheto.
No primeiro mês do ano, o Ibovespa já lidera a performance entre os mercados acionários globais, isso por conta do combustível do capital estrangeiro. “É um dinheiro de curto prazo, não acho que vá continuar em fevereiro e daí volta a ser a bolsa que se viu no ano passado, mais devagar’’, disse o executivo.
A combinação de Selic na casa dos 12%, junto ao esforço do BC para conter a inflação, torna o real uma aposta melhor do que a bolsa, diz Tascheto. Para quem faz gestão de recursos de terceiros, um serve de hedge para o outro.
Já sobre as estratégias ligadas a juros, o executivo acredita que depois de as taxas futuras encostarem nos 13%, o próximo passo é o mercado cortar as projeções, desde que não haja “nenhum B.O. [ocorrência] grande com a eleição”. Na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) desta semana, o gestor estima um BC mais pró-aperto, com um avanço de 1,50 ponto percentual na Selic, impulsionando a taxa referencial da economia para 10,75% ao ano.
Depois de um 2021 difícil, em que os multimercados macro penaram para entregar retornos acima da inflação, Tascheto acha que este ano as condições são mais favoráveis para que os gestores obtenham ganhos reais para os seus cotistas.