Mercado

M&A: apesar de potência agrícola, restrições de terra é um desafio

Reconhecendo a realidade de que o Brasil não é equiparado à estabilidade da Suíça, os gestores abordaram os desafios inerentes ao mercado brasileiro

Apesar da proeminência do Brasil como potência agrícola, os gestores da Seneca Evercore, Daniel Wainstein, Isaias Sznifer e Rodrigo Mello, apontam que as restrições de terra podem ser um desafio significativo para a expansão das atividades de Fusões e Aquisições (M&A) no setor agropecuário, por questões relacionadas à disponibilidade e acesso à terra.

O escritório Seneca Evercore sediou um evento para a imprensa em São Paulo, na quinta-feira (9), oferecendo insights valiosos sobre as perspectivas do Brasil no dinâmico cenário de fusões e aquisições (M&A).

Em suma, a análise proporcionada pelos gestores da Seneca Evercore oferece uma visão abrangente e ponderada sobre o ambiente de M&A no Brasil. As perspectivas destacam tanto as oportunidades quanto os desafios, fornecendo informações valiosas para investidores e participantes do mercado financeiro que buscam entender o cenário brasileiro de M&A.

Atratividade do mercado

Os especialistas ressaltaram que o Brasil se apresenta como um mercado acessível e atrativo para investimentos. Nesse contexto, destacaram o País como uma opção “barata” para investidores, com os fundos de investimento expressando um entusiasmo particular em relação às oportunidades oferecidas.

Os gestores enfatizaram que, historicamente, setores voltados para o mercado interno brasileiro têm se destacado. O varejo, serviços financeiros, educação e energia foram citados como segmentos que continuam a atrair atenção e investimentos.

Desafios inerentes ao mercado brasileiro

Reconhecendo a realidade de que o Brasil não é equiparado à estabilidade da Suíça, os gestores abordaram os desafios inerentes ao mercado brasileiro. Alertaram para possíveis percalços ao longo do caminho, gerando uma cautelosa avaliação por parte de investidores estrangeiros sobre suas decisões de investimento no país.

Seneca Evercore avalia 2023 como difícil para fusões e aquisições

O escritório Seneca Evercore fez um evento nesta quinta-feira (9) sobre fusões e aquisições (M&A), em São Paulo. Estiveram presentes os gestores Daniel Wainstein, Isaias Sznifer e Rodrigo Mello. Segundo eles, o ano de 2022 e 2023 foram ruins para o ramo de M&A, tanto por conta das eleições presidenciais quanto pela recuperação judicial da Americanas (AMER3).

De acordo com os gestores da Seneca Evercore, o primeiro semestre deste ano pode ser considerado um dos piores da história, ao passo que, no final de 2022, o mercado basicamente parou por conta do período eelitoral. No entanto, os gestores destacam que o segundo semestre de 2023, por outro lado, já há uma boa recuperação. Diversos deals grandes foram feitos, como Nestlé e Kopenhagen.

Os economistas explicaram que, após o caso Americanas vir à tona, houve um pânico generalizado entre os investidores, com muitas empresas pedindo recuperação judicial. Com isso, a situação no mercado se tornou caótica até o governo começar a avançar com suas reformas.

Apesar dos últimos dois anos serem ruins na avaliação dos gestores da Seneca Evercore, eles acreditam que o volume de M&A no primeiro semestre de 2024 será muito melhor.

Fusões e aquisições sofrem com queda, mas 2024 promete aquecimento

O mercado de fusões e aquisições está enfrentando uma desaceleração significativa este ano e várias razões contribuem para esse cenário. Ainda assim, há projeções positivas para este mercado nos horizontes do próximo ano. É o que aponta o especialista em M&A, Luiz Henrique Quintino, da SVN Investimentos, em entrevista ao BP Money.

O profissional analisa que o aumento das taxas de juros globais desencadeou uma mudança no apetite dos investidores por investimentos alternativos, à medida que as taxas de retorno em investimentos mais seguros se tornaram mais atrativas. Com consequência, isso afeta diretamente os fundos de Private Equity e de Venture Capital, uma vez que eles investem em empresas. A escassez de capital resultante afeta todo o ecossistema, tornando-se um fator preponderante para o ano mais lento. No Brasil, a falta de previsibilidade sob o governo Lula gerou incertezas entre os investidores, somando-se aos desafios do mercado.

“É uma questão muito correlata a alta das taxas de juros mundiais. Com essa alta, investidores perdem apetite para investimentos alternativos visto que existem taxas altas de retornos em investimentos seguros. Com isso, os fundos de Private Equity e de Venture Capital perdem Dry Powder, afetando todo ecossistema, visto que os mesmos investem nas empresas também. Essa escassez de capital é um fator preponderante. Entrando no cenário Brasil, a falta de previsibilidade diante do governo Lula gerou uma série de incertezas dos investidores. A soma dos fatores foi preponderante para um ano mais lento”, avaliou o profissional.

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