Risco de crédito

S&P rebaixa a classificação da Braskem (BRKM5) de 'BB+' para 'BB'

A agência justificou que a alavancagem elevada da Braskem e as condições prolongadas de mercado fraco levaram à decisão

Braskem (BRKM5) / Foto: Divulgação
Braskem (BRKM5) / Foto: Divulgação

A  classificação de crédito do emissor em escala global da Braskem (BRKM5) foi rebaixada de ‘BB+’ para ‘BB’A pela S&P Global Ratings. A agência justificou que a alavancagem elevada da companhia e as condições prolongadas de mercado fraco levaram à decisão. 

Além disso, em linhas gerais, a perspectiva também é negativa.

“A indústria global de petroquímicos continua a enfrentar preços ciclicamente baixos devido a desequilíbrios entre oferta e demanda, e não prevemos melhorias relevantes no curto prazo”, afirmou a S&P Global. 

“Após uma geração fraca de lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA, na sigla em inglês) e indicadores de crédito nos últimos trimestres, revisamos novamente para baixo nossa previsão para a Braskem e agora esperamos uma relação dívida/EBITDA próxima de 6x e fundos provenientes das operações em relação à dívida em torno de 7% até o final de 2025”, diz o comunicado.

A agência de classificação de risco destacou ainda que a liquidez permanece sólida, bem como o fato da Braskem manter uma posição de caixa estável, combinados com linha de crédito rotativo e sem vencimentos relevantes de dívida até 2028.

A análise da S&P é que isso proporcionaria uma “almofada de liquidez”, segundo o InfoMoney.

“Acreditamos que as condições da indústria permanecerão desafiadoras devido a adições relevantes de capacidade e crescimento limitado da demanda em meio a incertezas macroeconômicas globais. Mesmo assumindo que a Braskem será capaz de vender volumes maiores graças às tarifas de importação mais altas para petroquímicos no Brasil durante a maior parte deste ano, agora projetamos uma alavancagem em torno de 6x até o final de 2025”, afirmou a entidade.

O que poderia melhorar a perspectiva sobre a Braskem?

Considerando que haja melhorias graduais nos spreads petroquímicos, combinadas com os esforços contínuos da Braskem na otimização de sua estrutura de custos, a agência projetou a redução para perto de 5x em 2026.

As melhorias na lucratividade e nos indicadores de crédito foram alguns pontos elencados como possibilidades para levar a uma revisão na perspectiva. 

Espera-se um alinhamento com o cenário base ou mais rápidas. Enquanto isso, o rebaixamento das classificações poderia acontecer nos próximos 12-18 meses, isso se as pressões sobre produtos importados no Brasil levarem a volumes de vendas, taxas de utilização e receitas mais fracos.

“Nesse cenário, esperaríamos lucratividade fraca contínua, com margem EBITDA abaixo de 9% nos próximos anos; queima de caixa maior do que o esperado reduza a almofada de liquidez atualmente sólida da empresa; ou a empresa faça provisões adicionais significativas relacionadas ao evento geológico em Alagoas — mas isso não faz parte do nosso cenário base”, disse a S&P Global.