Imposto

Stuhlberger: IOF foi aula do que PT pensa de nós (mercado)

Entre as medidas citadas pelo economista está o reajuste do IOF, classificado por ele como “assustador”

Fonte: reprodução
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A queda na popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), observada em diversas pesquisas realizadas desde fevereiro, antecipou o chamado “trade eleição” no Brasil. O cenário também motivou o governo a iniciar uma onda de medidas populistas, com forte potencial de prejudicar ainda mais as contas públicas. A avaliação é de Luis Stuhlberger, CEO e CIO do Fundo Verde, que realizou seu evento anual nesta quinta-feira (29), em São Paulo.

“É um fiscal desafiador e com tendência de piora. Você tem um governo com popularidade baixa, acuado, querendo fazer medidas mais populistas, como vimos agora. E quanto mais perto da eleição, piora”, afirmou Stuhlberger, segundo o InfoMoney.

Entre as medidas citadas pelo economista está o reajuste do IOF, classificado por ele como “assustador”. Segundo Stuhlberger, o anúncio foi uma “aula de psicologia gratuita sobre o que o PT pensa de nós (o mercado)”. “‘Quer comprar dólar? Paga pra mim um pedágio’”, ironizou, acrescentando que a ideia de criar uma cunha na conta de capital é antiga — e nunca funcionou.

Sobre a possibilidade de o Congresso barrar ou limitar as medidas, o gestor demonstrou ceticismo: “Sou descrente de nosso Congresso servir como contrapeso ao Executivo”, disse, lembrando da “ameaça” de corte nas emendas parlamentares que paira sobre a Câmara e o Senado.

Na visão de Stuhlberger, nada mudou estruturalmente em 2025: a inflação segue elevada, o quadro fiscal permanece desancorado, e o governo continua populista e desesperado por recursos. “Essas três forças vão seguir definindo o comportamento do mercado”, destacou.

Avaliação de Stuhlberger sobre medidas e contas públicas

Em outro gráfico exibido no evento, o gestor listou medidas com potencial de deteriorar ainda mais as contas públicas, como a isenção do Imposto de Renda para rendimentos de até R$ 5 mil; a ampliação do Minha Casa, Minha Vida; os custos com a normalização da fila da aposentadoria; pacotes de benefícios para motoristas de aplicativos e motoboys; e o provável reajuste do Bolsa Família.

Além disso, mencionou iniciativas do próprio Congresso, como a renegociação da dívida dos Estados e da Previdência dos Municípios.

Trade Eleição e Avaliação de Presidentes

Sobre o “trade eleição” antecipado, Stuhlberger apresentou um gráfico comparando as avaliações negativas no primeiro mandato dos presidentes FHC, Lula 1 e 2, Dilma 1 e 2 e Jair Bolsonaro. Segundo ele, o índice de 40% de avaliação negativa de Bolsonaro foi um indicativo claro de derrota na tentativa de reeleição.