A Suzano (SUZB3) divulgou nesta terça-feira (28) seu balanço do quarto trimestre de 2022. A companhia reportou lucro líquido de R$ 7,459 bilhões entre outubro e dezembro, alta de 222% em relação ao mesmo período de 2021.
A receita líquida da empresa de papel e celulose foi de R$ 14,370 bilhões no quarto trimestre de 2022, avanço de 25% na comparação com mesmo trimestre de 2021.
Segundo a Suzano, o aumento da receita é explicado pelo maior preço médio líquido da celulose em dólar (+31%) e preço médio líquido de papel (+39%), mesmo com a depreciação do dólar médio em relação ao real (-6%) e menor volume vendido no período.
Já o Ebitda (Lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado totalizou R$ 8,175 bilhões entre outubro e dezembro, um crescimento de 29% em relação ao mesmo período de 2021.
A margem Ebitda ajustada atingiu 57% entre outubro e dezembro, alta de 2 p.p. frente a margem registrada em 4T21.
As despesas despesas gerais e administrativas foram de R$ 616 milhões no quarto trimestre de 2022, um avanço de 18% em relação ao mesmo período de 2021.
A geração de caixa operacional, por sua vez, foi de R$ 6,463 bilhões no último trimestre de 2022, um crescimento de 34% na comparação ano a ano.
Em 31 de dezembro de 2022, a dívida líquida da companhia de celulose era de R$ 57,103 bilhões, um recuo de 2% na comparação com a mesma etapa de 2021.
Em comunicado, a Suzano explicou que o resultado foi beneficiado pela “variação positiva no resultado financeiro, como resultado da valorização cambial sobre a dívida e sobre a marcação a mercado das operações com derivativos, e pelo aumento no resultado operacional, por sua vez em função da elevação da receita líquida e outras receitas operacionais, a despeito do maior CPV e maior SG&A”.
Suzano (SUZB3): JP Morgan rebaixa ação
No final de janeiro, as ações da Suzano (SUZB3) foram rebaixadas pelo J.P. Morgan, indo de “overweight” (exposição acima da média do mercado) para “neutro”. A casa ainda rebaixou o preço-alvo de R$ 70 para R$ 56. O banco se juntou a outras casas de análise que aumentaram a sua cautela com papel e celulose e, consequentemente, com as ações do setor.
Em relatório a clientes, os analistas do J.P. Morgan destacaram ser difícil estar otimista com as ações do segmento quando o preço das commodities caem. Dessa forma, o banco espera que o ímpeto dos lucros deva se deteriorar com as preocupações com uma demanda lenta do consumidor na China.
Assim, o banco optou por reduzir sua previsão de preços para celulose branqueada de fibra curta (BHK) da China em 2023 de US$ 750 a tonelada (t) para US$ 695/t.
O banco destaca ter rebaixado a Suzano por conta da expectativa de normalização dos preços da celulose e, consequentemente, com a piora de seus números.