O leilão de transmissão de energia, realizado pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) no dia 28 de março, não terá a presença da Taesa (TAEE11). A empresa confirmou a ausência e o presidente, Rinaldo Pecchio Junior, explicou que a razão se dá pelo nível de endividamento da companhia.
De acordo com a Suno Notícias, a relevância do anúncio da Taesa está nos sinais de que os dividendos devem ser reduzidos, segundo analistas. O Itaú BBA, em análise após o resultado trimestral da companhia, projetou dividendos mais fracos no próximo ano, isto pelos impactos negativos do IGP-M, bem como a alavancagem da empresa.
Enquanto isso, o banco Safra tem recomendação de venda para os papéis da Taesa. A equipe atenta para as receitas menores e as despesas maiores que a empresa apresentou. Segundo o banco, ela tem uma “posição de alavancagem relativamente alta”.
Participar de um leilão de energia, de fato, não seria um bom negócio para as contas da empresa, no momento, segundo a Suno. Conforme explicação de Arlindo Souza, analista da Levante Corp, a principal fonte de receita contratada da Taesa é através de novos contratos de concessão.
Negócios da Taesa não tem muitas vantagens
Alguns dos contratos da transmissora de energia tem vencimento previsto para 2030 e 2032, nesse ramo específico, o prazo é considerado curto. Logo, conforme os contratos vão vencendo, a receita da empresa é afetada negativamente.
“Portanto, a Taesa já deveria estar preocupada com a renovação do seu portfólio. Ou seja, com o alongamento da duração dos contratos. Caso contrário, eles vão se encerrar e a empresa vai perder receita e geração de caixa, o que, a longo prazo, se reflete nos dividendos”, comentou Souza.
Nesse cenário, a Taesa tem um dilema à sua frente, pois não há recursos suficientes para participar do leilão de energia. Por outro lado, se novos contratos forem assinados, a desconfiança com o caixa aumenta, segundo o site de notícias.
“A alavancagem da Taesa já é maior que 3x dívida líquida/ebitda, acima de outros pares do setor. Então a gente não vê espaço para a empresa financiar novos projetos. Quando uma companhia arremata um lote novo, ela financia esse projeto de forma alavancada”, disse.
“Ou seja: elas assumem dívida, usam esse dinheiro para financiar o investimento e, quando o projeto está em operação, a receita começa a pagar o empréstimo e, aí sim, começa a sobrar dinheiro para remunerar o acionista”, acrescentou Souza sobre a Taesa.