Apesar da previsibilidade dos fluxos de caixa e estabilidade na distribuição de dividendos, a XP acredita que a Transmissora Aliança de Energia Elétrica, Taesa (TAEE11), possui poucas oportunidades de crescimento. O motivo, como apontado pela empresa, seria os leilões com TIRs mais comprimidas e os papéis negociados a patamares que a XP considera “acima do justo” – considerando o desempenho 22% superior em relação ao Índice Ibovespa em 2022.
Com um ano de entregas, a companhia tem quatro novas linhas de transmissão entrando em operação e aproximadamente R$ 330 milhões de RAP adicional. “Vemos a TAEE11 sendo negociada a uma TIR real alavancada de 5,5% vs. 9,6% dos seus pares de transmissão”, apontam analistas da XP.
Oportunidades de crescimento limitadas para a Taesa
A Taesa e outros players de transmissão de energia têm – e tiveram – um ano e tanto em 2022. O grupo entregou duas linhas no primeiro semestre deste ano, somando quase R$100 milhões de RAP, e tem mais duas programadas para o segundo semestre, alcançando os R$230 milhões de RAP.
Depois, outros três projetos devem ser entregues, dois deles apenas em 2025 (Ananaí e Lote 10 do leilão 001/2022) e o outro no ano que vem (Sant’ana), que já tem a maior parte de seu Capex realizado.
“Considerando o pipeline atual e a compressão das TIRs nos leilões recentes, vemos as oportunidades de crescimento da companhia como limitadas”, entendem os especialistas da XP.
Maiores despesas financeiras podem reduzir a distribuição de dividendos
Segundo a XP, a alavancagem da companhia aumentou nos últimos anos como resultado de um ciclo de Capex pesado, atingindo 4,2x Dívida Líquida/EBITDA em 2021. Por isso, analistas acreditam que o cenário macroeconômico desafiador deve impactar nos resultados financeiros e consequentemente na distribuição de dividendos no curto prazo.
Apesar disso, a corretora espera que a companhia continue desalavancando à medida que as novas linhas comecem a operar.
Para XP, Taesa não é uma opção atrativa
“Embora a Taesa seja uma alternativa resiliente em um cenário macroeconômico volátil, a recente escalada no preço das ações (22% acima do Ibovespa em 2022) e a TIR pressionada em relação aos pares nos deixam menos entusiasmados com o nome”, conclui analistas.
Para a XP, o preço atual supera o preço-alvo, por isso, a empresa espera que o dividend yield da Taesa fique em torno de 6% para 2022, contra 14% em 2021, o que pode levar a uma correção no curto prazo.