Seja quem for o novo governo, haverá a taxação de dividendos e lucros, segundo o sócio e vice-presidente da Arko Advice, Cristiano Noronha, como informou o jornal “Valor Econômico”. O executivo participa nesta quarta-feira (28) do Credit Risk Forum 2022, da Fitch Ratings, em São Paulo. “Não importa o governo, essa medida virá. Mas talvez o Lula (o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva) faça algo mais escalonado”.
Para Noronha, o mais provável é que não aconteça nenhuma “maluquice” no campo fiscal caso Lula vença as eleições. “Lula viu o que a Dilma enfrentou, ele não faria nada parecido”, afirmou. Ainda assim, segundo o executivo, a gestão de um governo petista traz uma série de incertezas, uma vez que Lula já defendeu a revogação do teto de gastos e não está claro o que ele pretende colocar no lugar.
Além disso, para ele, é provável que um novo governo do PT retome ações adotadas no passado, como o uso de bancos para incentivar crédito. Segundo Noronha, esse movimento de ampliação da oferta de crédito público pode se dar de forma gradual, a depender, portanto, do cenário internacional. Ainda, outra medida que poderia ser adotada por Lula em um eventual governo seria a mudança de cálculo do salário mínimo.
Jé em uma reeleição de Jair Bolsonaro (PL), Noronha espera a retomada de uma política mais austera. Para ele, o governo em ano eleitoral fica com o “coração mole”, mas as coisas devem “voltar aos trilhos”. Ainda, deve haver, segundo Noronha, um ajuste, mas não a revogação do teto de gastos.
Ainda mais, o vice-presidente da Arko espera a retomada da reforma administrativa e tributária, e também das privatizações, como a dos Correios e da Petrobras (PETR3;PETR4). Mesmo assim, Noronha não acredita que a privatização da petroleira aconteça nos próximos quatro anos.