Brasil

Taxas de juros sobem com mercado digerindo Copom

“O BC indicou que será hawk (duro com a inflação) e fez comentários a respeito do fiscal", disse especialista

 Alta dos juros/Foto: Freepik
Alta dos juros/Foto: Freepik

A curva de juros do Brasil desinclinou nesta quinta-feira (7), com as taxas curtas em alta, em meio ao entendimento de que o Copom (Comitê de Política Monetária) fará o necessário para atingir a meta de inflação. Já as taxas longas caíram fortemente, acompanhando a queda dos rendimentos dos Treasuries após a vitória de Donald Trump nas eleições dos EUA.

Durante a tarde, circulou a informação de que o corte de gastos do governo Lula poderia ficar entre R$ 10 bilhões e R$ 15 bilhões. O mercado interpretou esses valores como menores que o necessário, o que pressionou a curva de juros e o dólar. No entanto, o governo negou oficialmente a cifra, mantendo-se em silêncio sobre o valor final a ser anunciado.

No fim da sessão, a taxa DI para janeiro de 2025 — que reflete as apostas para a Selic (taxa básica de juros) no curtíssimo prazo — fechou em 11,386%, contra os 11,354% do ajuste anterior.

Em relação aos contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2031 estava em 12,77%, uma queda de 11 pontos-base em relação aos 12,878% do ajuste anterior, enquanto o contrato para janeiro de 2033 registrou taxa de 12,66%, também em queda de 11 pontos-base.

“O BC indicou que será hawk (duro com a inflação) e fez comentários a respeito do fiscal. Ele passou a mensagem de um BC forte, independente e técnico, indicando que pode aumentar a Selic mais do que se esperava, por isso o (juro) curto sobe”, afirmou Larissa Quaresma, analista da Empiricus Research, conforme reportado pelo “InfoMoney”.

Fed corta juros dos EUA para a faixa de 4,50% a 4,75%

Fomc (Comitê de Mercado Aberto), do Fed (Federal Reserve), Banco Central dos EUA, anunciou nesta quinta-feira (7) um corte de 0,25 p.p na taxa básica de juros do país. Sendo assim, a taxa passou para uma faixa entre 4,50% e 4,75% ao ano.

Normalmente, o Comitê do Fed se reúne na terça e na quarta-feira e anuncia sua decisão sobre os juros no segundo dia. Porém, por conta da eleição presidencial nos EUA, que ocorreu na terça-feira (6), o encontro passou para os dois dias seguintes.

Este foi o segundo corte consecutivo que a autoridade monetária realizou na taxa de juros dos EUA, após um longo período de manutenção do patamar alto. O primeiro foi em 18 de setembro deste ano, em 0,50 p.p.

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