As taxas de juros negociadas no mercado futuro enfrentam volatilidade nesta segunda-feira (5), principalmente pelo ambiente de aversão ao risco no exterior, pelos temores de recessão nos EUA.
As taxas dos contratos de DI (Depósito Interfinanceiro) iniciaram o dia em baixa, alinhadas ao recuo dos retornos dos Treasuries, mas o movimento foi contido pelo dólar, que registra alta firme desde o início dos negócios.
A movimentação ocorre também em um ambiente de cautela com o cenário doméstico, na véspera da divulgação da ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) e no dia do boletim Focus, que confirmou a deterioração das expectativas para a inflação no horizonte observado pelo BC (Banco Central).
Às 11h46, o contrato de DI (Depósito Interfinanceiro) com vencimento em janeiro de 2025 tinha taxa de 11,600%, ante 11,566% do ajuste de sexta-feira.
O DI para janeiro de 2026 projetava 11,29%, contra 11,28%. E a taxa do DI para janeiro de 2027 estava em 11,53%, de 11,49%.
Bancos de Wall Street agora veem cortes mais agressivos nas taxas de juros
Os bancos de Wall Street preveem cortes agressivos nas taxas de juros pelo Federal Reserve (Fed), em resposta às evidências mais recentes de que o mercado de trabalho nos Estados Unidos está desacelerando.
Economistas do bancos, Bank of America (BofA), Citigroup, Goldman Sachs e J.P. Morgan Chase revisaram suas previsões para a política monetária dos EUA na sexta-feira, após a divulgação dos dados do mercado de trabalho de julho.
Economistas do Citigroup agora esperam cortes de 0,5 ponto percentual nas taxas em setembro e novembro, seguidos por uma redução adicional de 0,25 ponto percentual em dezembro. Anteriormente, a previsão era de reduções de 0,25 ponto percentual em todas as três reuniões.
De acordo com Veronica Clark e Andrew Hollenhorst, o Fed deve então continuar a diminuir as taxas em 0,25 ponto percentual em cada reunião até meados de 2025, alcançando um intervalo de 3% a 3,25%.
O economista do J.P. Morgan, Michael Feroli, foi ainda mais além. Embora ele também preveja cortes de 0,5 ponto percentual em setembro e novembro, seguidos por reduções de 0,25 ponto percentual em cada reunião subsequente, Feroli afirmou que há “um forte argumento para agir” antes do próximo encontro em 18 de setembro.
No entanto, ele observou que o presidente do Fed, Jerome Powell, pode não “querer adicionar mais ruído ao que já foi um verão cheio de eventos”.