TC (TRAD3) tem prejuízo de R$ 24 mi no 4T22, alta anual de 221,3%

A receita líquida foi de R$ 15,896 milhões no quarto trimestre

A Traders Club (TRAD3) teve um prejuízo líquido de R$ 24 milhões no quarto trimestre de 2022, uma elevação de 221,3% sobre o prejuízo do mesmo período de 2021. A companhia teve resultado ajustado negativo de R$ 46,155 milhões em 2022, revertendo o lucro de R$ 17,770 milhões do ano anterior. O resultado contábil foi negativo em R$ 81,973 milhões.

O TC obteve uma receita líquida de R$ 15,896 milhões, uma queda de 8,2% no trimestre e 44,6% em um ano. A companhia classificou como despesas não recorrentes no quarto trimestre R$ 14,576 milhões relativos a rescisões, otimização de sistemas operacionais e assessoria jurídica.

Em 2021, a empresa encerrou o quarto trimestre com 704 funcionários, já no período de 2022 esse número caiu para 422.

TC (TRAD3): saída de Ferri ainda depende de um investidor

Rafael Ferri teve sua saída comunicada pelo TC (TRAD3) na quinta-feira (9), mas ela ainda não ocorreu totalmente, segundo o “Valor”. Dividida em duas fases, a primeira é o fim da prestação de serviço à empresa, que contava com Ferri na comunicação de marca e estratégias de investimentos, além de também colaborar com opiniões políticas. 

A segunda fase é a desvinculação acionária, mas essa ainda depende de um comprador, uma vez que o TC não vai usar caixa para dar saída a Rafael Ferri, seu sócio. 

Ferri tem 26,74% do TC, a mesma posição de Pedro Albuquerque, CEO da plataforma. Os dois são fundadores da companhia, que nasceu como uma espécie de rede social de investidores e foi agregando serviços e produtos relacionados a finanças pessoais.

No acordo entre os acionistas da empresa, havia uma previsão de venda das ações de Ferri cinco anos após a listagem, que ocorreu em 2021, caso não houvesse decisão judicial favorável, nesse prazo, sobre duas apelações em acusações de manipulação de mercado e insider trading. 

Esses recursos se referem a decisões da CVM, que depois envolveram Ministério Público, proibindo o investidor de operar no mercado de capitais por cinco anos. A venda também poderia acontecer antes disso, caso o investidor perdesse na Justiça.

Ferri afirmou, ao “Pipeline”, que não houve decisão sobre elas e sua saída não tem correlação com o assunto. As apelações estão em segredo de justiça, o que levou executivos da concorrência a vincularem o processo à saída do sócio do Trader Club.