As vendas no Tesouro Direto estão operando com taxas em queda nesta quarta-feira (25). O movimento decorre da análise que o mercado faz sobre o IPCA-15, considerada a prévia da inflação, que veio menor que as expectativas.
Por conta do resultado desse indicador, o mercado recuou na percepção entre de que o Banco Central precisará acelerar o ciclo de elevação da Selic (taxa básica de juros), iniciado na semana passada, o que contribui para a retirada de prêmio no Tesouro Direto.
Nesta sessão, por volta das 12h30, os papéis ligados à inflação pagavam menos em comparação ao último pregão, de segunda-feira (23).
O Tesouro IPCA 2029, que no começo da semana oferecia um retorno real de 6,76%, agora oferece 6,52% ao ano, de acordo com o “Valor”. Já na linha dos prefixados, o papel com prazo para 2031 oferecia mais de 12% ao ano.
A relação é inversamente proporcial entre taxas e preços dos títulos, portanto, tanto nos papéis prefixados quanto naqueles indexados ao IPCA, quanto maior a taxa, menor o preço e vice e versa.
Tesouro Direto suspenso: especialistas avaliam impactos
A Secretaria do Tesouro Nacional anunciou que não realizará vendas de títulos por meio do Tesouro Direto nesta terça-feira (24), em decorrência da greve dos servidores da entidade.
Todos os agendamentos de compra previstos para o dia 24 foram cancelados, e os investidores foram orientados a reagendar suas compras para datas futuras. Entretanto, as operações de resgate antecipado e agendamentos continuarão a ser processadas normalmente, permitindo que os investidores acessem seus recursos.
Esse cenário de incerteza e interrupção das atividades no Tesouro Direto não apenas preocupa os investidores, mas também pode agitar o mercado de títulos de maneira significativa. Para discutir as implicações dessa paralisação, ouvimos duas especialistas do mercado financeiro: Vanessa Leone, sócia da The Hill Capital, e Fabio Louzada, economista e fundador da Eu me banco.
Impactos nos Títulos e Investidores
Vanessa Leone aponta que a suspensão das vendas de títulos pode ter consequências tanto para os títulos em si quanto para os investidores.
Segundo ela, a diminuição da demanda por títulos pode resultar em um aumento nas taxas de juros para novas emissões. “O Tesouro Nacional pode ajustar preços e taxas para assegurar operações justas assim que as vendas forem retomadas”, explica.
Em relação aos investidores, Leone destaca que o impacto mais significativo é a interrupção nas compras. “Os investidores não poderão adquirir novos títulos durante a paralisação, e isso afetará aqueles que têm compras agendadas, que precisarão ser reagendadas”, acrescenta.
Apesar da situação, ela tranquiliza os investidores, afirmando que os resgates antecipados continuarão a ocorrer normalmente, permitindo o acesso aos investimentos quando necessário.